CNA defende abertura de novo prazo para apoios a agricultores atingidos

incendios

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) exigiu, em Coimbra, a abertura de um novo prazo de candidaturas aos fundos de apoio para pequenos e médios agricultores que sofreram prejuízos nos incêndios de 2017.

«Em causa estão candidaturas até cinco mil euros. Muitos agricultores não conseguiram cumprir os prazos iniciais estabelecidos pelo Governo e necessitam desse apoio para recuperar as suas explorações», disse à Lusa Pedro Santos, da direção da CNA.

Nas conclusões do 8.º congresso da CNA, que reuniu 1.200 delegados e decorreu sob o lema “Soberania Alimentar com a Agricultura Familiar”, a CNA pediu ainda ao Governo que regulamente a cadeia de venda e transformação da madeira, dizendo que os agricultores surgem como o elo mais frágil.

«O que os agricultores recebem pelo metro quadrado de madeira não chega para pagar metade das limpezas que precisam de ser feitas por lei», denunciou Pedro Santos, que pede ao Governo que «ponha na ordem» os madeireiros e as empresas de celulose, acusados de ficarem com os maiores lucros na venda da madeira.

A questão dos lucros surge também nas conclusões a propósito da atividade dos pequenos e médios agricultores. A CNA acusa as grandes superfícies de imporem preços baixos aos produtores, que ficam apenas com lucros residuais.

«É urgente a regulamentação no setor e uma intervenção musculada da Autoridade da Concorrência, penalizando abusos de posição dominante e de dependência económica», refere a CNA. A Confederação insta ainda o Governo e União Europeia a não desperdiçarem a oportunidade de corrigir os erros da revisão de 2013 da Política Agrícola Comum, defendendo «a valorização do rendimento do trabalho e não o capital investido».

Fonte: Lusa 

Foto: António Soares

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