Centro PINUS divulga ”Síntese do conhecimento sobre biodiversidade em pinhal-bravo”

O relatório “ECOPINE | BIO - Síntese do conhecimento sobre biodiversidade em pinhal-bravo” tem como principal objetivo disponibilizar informação sobre o potencial do pinhal-bravo como fornecedor de serviços de proteção de biodiversidade.

O relatório “ECOPINE | BIO - Síntese do conhecimento sobre biodiversidade em pinhal-bravo” é a nova publicação digital disponibilizada pelo Centro PINUS.

Este trabalho, contratualizado pelo Centro PINUS e com a coordenação da investigadora Paula Maia da Universidade de Aveiro - DAO-CESAM é a primeira publicação resultante do Projeto ECOPINE,  criado pelo Centro PINUS para caracterizar o pinhal como fornecedor de Serviços do Ecossistema.

O capítulo “Pinheiro-bravo, uma espécie várias florestas” (pág.4) introduz as diferentes tipologias de pinhais existentes em Portugal, que,  traduzindo-se em diferenças na sua riqueza em biodiversidade, têm em comum apresentarem características que favorecem a proteção da vida selvagem, como por exemplo: estrutura irregular, baixa densidade ou a presença frequente de regeneração natural de espécies folhosas.

Um dos principais objetivos do relatório ECOPINE | BIO foi disponibilizar informação sobre o potencial do pinhal-bravo como fornecedor de serviços de proteção de biodiversidade.  Este relatório demonstra que foram identificadas em pinhais nacionais, pelo menos 181 espécies de 9 grupos taxonómicos diferentes, muitas delas raras e ameaçadas.

A publicação sugere, ainda, que a biodiversidade em pinhal pode ser muito superior à atualmente conhecida, uma vez que aponta a ausência de estudos em importantes grupos taxonómicos, como invertebrados, líquenes e musgos.

O Centro PINUS considera que a informação reunida neste relatório suporta que o pinhal tem um grande potencial como fornecedor de serviços de biodiversidade, o que se pode reflectir quer em políticas públicas de apoio a certas tipologias de pinhal, quer no enquadramento destes nos mercados voluntários emergentes, muitos deles valorizando, em simultâneo, a biodiversidade e o sequestro e armazenamento de carbono.

Complementarmente, o relatório reforça que a paisagem em que o pinhal se insere, nomeadamente a sua diversidade de mosaicos ou a gestão praticada são determinantes para a biodiversidade. Por isso mesmo, o relatório dedica um capítulo a relacionar a gestão florestal com a biodiversidade.

Para os gestores de pinhais, o ECOPINE | BIO enuncia boas práticas que contribuem para aumentar a biodiversidade e proteger a existente. O Centro PINUS ressalva que muitas das práticas promotoras da biodiversidade não exigem investimento, sendo que facilmente se enquadram na “gestão tradicional” do pinhal.

É, disso exemplo, a preservação de algumas rochas ou cepos, ou o “acarinhar” da regeneração natural de outras espécies, que, no futuro, serão uma fonte segura de árvores longevas e de madeira morta. Ou criar uma clareira, aquando de um desbaste, que até pode ser vantajosa para a redução do perigo de incêndio, assim como, beneficiar uma linha de água.

O Centro PINUS enfatiza que independentemente do mercado de serviços de ecossistema estas práticas melhoram a resiliência do pinhal, pelo que a sua implementação é altamente recomendada. Consideramos, ainda, que a implementação de incentivos públicos adequados à pequena propriedade, como por exemplo o Vale Floresta, poderão transformar muitos dos atuais pinhais "nem-nem” – aquém do seu potencial produtivo quer em produtos, quer em serviços – em espaços geridos e com criação de valor compatível com o seu potencial.

Regiões

Notícias por região de Portugal

Tooltip