Capoulas Santos: «sem o financiamento do BEI não é possível concluir o Alqueva»

As verbas do Plano de Desenvolvimento Rural 2020 para financiar o regadio já não tem «margem» para concluir o Alqueva. A barragem do Pisão «não estará no plano de regadio».

pdr2020

«Dos 350 milhões de euros previstos [no PDR – Plano de Desenvolvimento Rural 2020] para o regadio, temos uma margem de 50 milhões de euros», afirmou esta quarta-feira, 6 de julho, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

Capoulas Santos, que na manhã desta quarta-feira está presente em audição regimental da comissão da Agricultura do Parlamento, justificou assim que as verbas destinadas a financiar sistemas de rega e irrigação com fins agrícolas no programa de apoio à modernização da agricultura até 2020 já estão comprometidas na sua grande maioria até ao final do atual quadro comunitário de apoio.

O ministro, que admitiu que o Governo pensou que o financiamento da conclusão do sistema de regadio da barragem do Alqueva «não poderia ser incluído no Plano Juncker», teve a aprovação da Comissão Europeia para esse efeito.

Mas, afirmou Capoulas Santos, «sem o financiamento do BEI [Banco Europeu de Investimento] não é possível concluir o Alqueva», frisou. «Iniciámos a negociação» com o BEI, adiantou ainda o governante, que espera que a «negociação seja bem sucedida».

Regadio no Pisão «incomportável»

Se no caso do Alqueva, um investimento de 100 milhões de euros (cerca de metade do que falta para concluir todo o sistema) permitiria levar água a 25 mil hectares novos, no Pisão um custo quase equivalente («cerca de 95 milhões de euros») é o necessário para irrigar «10 a 12 mil hectares e pouco mais de meia dúzia de produtores», classificou.

E, como o contexto do financiamento comunitário ao regadio português se mantém o mesmo, esclareceu Capoulas Santos, o sistema de regadio da barragem do Pisão, «com toda a probabilidade, não estará no plano de regadio» nacional financiado pelo PDR2020.

Pelos encargos que implica em termos de financiamento de Bruxelas e cofinanciamento de Lisboa, justificou ainda o ministro da Agricultura, é «completamente incomportável financiar a barragem e os custos de rede de regadio» no caso do Pisão. 

Fonte: Sábado 

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