Candidatura do montado de sobro a Património da Humanidade entregue nos próximos meses

A Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR) está a finalizar o dossier, iniciado em 2010, para a candidatura do montado de sobro a Património Mundial da Humanidade da UNESCO.

montado

A proposta deverá ser entregue nos próximos meses na Comissão Nacional da UNESCO, a quem cabe fazer a avaliação técnica dos documentos e decidir será haverá uma apresentação formal da candidatura à UNESCO. Se tudo decorrer como previsto, os responsáveis da ERTAR acreditam que o montado de sobro do Alentejo e Ribatejo poderá ser classificado como Património da Humanidade em 2018 ou 2019.

«Essa classificação vai valorizar todo este espaço, toda esta dinâmica de paisagem cultural única que é o montado. Será excelente para todo este território conseguir esta classificação, com vantagens a todos os níveis», prevê Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, que explicou que o dossier que vai ser entregue na Comissão Nacional da UNESCO «está já na fase final de elaboração técnica», esperando que «o montado possa ser integrado na lista significativa nacional, para poder, num dos próximos anos, ser candidatado à UNESCO».

Segundo Ceia da Silva, a comissão executiva de preparação da candidatura envolve a ERTAR, autarquias, organizações de produtores de cortiça e outras entidades ligadas ao setor.

«Tivemos um processo muito participado e o documento final está praticamente elaborado. Esperamos que o montado possa vir a ser reconhecido pela UNESCO como um bem universal. O nosso objetivo é que isso aconteça em 2018 ou 2019. O trabalho técnico abrange o Alentejo e o Ribatejo. O que vai ser valorizado é todo este território. Como aconteceu com os dossiers do Douro ou do Pico, tem núcleos próprios de expressão que são os candidatáveis à UNESCO, embora todo o bem seja considerado», sublinha.

Portugal tem maior mancha de montado de sobro do Mundo, com perto de 750 mil hectares, que correspondem a cerca de 21% de toda a floresta nacional. O país produz mais de 50% da cortiça mundial e exporta mais de 900 milhões de euros em materiais ligados à cortiça por ano.

O Alentejo e o Ribatejo são exactamente as regiões onde mais predomina o montado e as áreas dedicadas a esta atividade florestal têm crescido nos últimos anos.

Ceia da Silva sabe que, hoje em dia, as atividades turísticas ligadas ao montado de sobro são muito escassas e conhece apenas alguns projetos de empresas da especialidade dedicados a roteiros de visita ao montado.

«O potencial turístico do montado de sobro é enorme, desde os próprio tiradores de cortiça, às questões da identidade, aos produtos da cortiça, às visitas ao montado, às unidades de alojamento viradas para o montado, aos percursos turísticos associados ao montado. Eu diria que é infinita a valorização turística que pode existir», sustenta o presidente da ERTAR.

Um dos lamentos do presidente da ERTAR é que o novo quadro comunitário de apoio (QCA) tarde tanto na sua aplicação efetiva. Ceia da Silva recorda que o QCA 2014/2020 já leva quase dois anos e meio e sublinha que, num país com parcos recursos, muitos projetos estão ainda pendentes da abertura dos respetivos concursos.

Fonte: Público 

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