Apicultura: investigadores portugueses desenvolvem enzimas que protegem as abelhas
Uma equipa de investigadores portugueses do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho desenvolveu uma enzima que consegue destruir uma doença bacteriana que afeta as abelhas não só em Portugal como em toda a Europa e na América Latina.
A investigação tem potencial para proteger as colmeias e evitar a morte precoce das colónias destes insetos, avança o CEB, que em comunicado realça que esta enzima consegue combater a bactéria responsável pela Loque Americana (AFB, na sigla em inglês), doença bacteriana que começa por afetar as abelhas jovens - as larvas -, espalhando-se, rapidamente, por toda a colónia e que, se não for tratada, pode levar à morte de toda a população da colmeia num curto espaço de tempo.
A enzima foi desenvolvida no âmbito de uma investigação feita pelo centro português com o objetivo de conceber «uma estratégia terapêutica para utilização em apicultura que constitua uma alternativa à administração de antibióticos nas abelhas».
O CEB explica ainda que esta investigação surge da necessidade de respeitar a atual restrição à presença de resíduos de antibióticos no mel imposta pela legislação da União Europeia, que acarreta «uma dificuldade acrescida no combate terapêutico à AFB», obrigando a uma busca «urgente» por métodos antimicrobianos alternativos.
A enzima deverá ser administrada oralmente às abelhas adultas para que estas a possam fornecer, posteriormente, às mais jovens, e/ou por pulverização direta às larvas que se encontram nos favos.
Os investigadores já confirmaram, entretanto, que a enzima desenvolvida consegue destruir a bactéria responsável pela Loque Americana nas concentrações que ocorrem no campo quando a doença se verifica e que o composto não é tóxico para as larvas.
O próximo passo será a realização de ensaios 'in vivo' em larvas de abelha criadas em laboratório e, posteriormente, em colmeias infetadas de forma natural.