Álvaro Amaro defende verdadeira transição tecnológica e de informação nos campos

Álvaro Amaro defendeu, em audição na Assembleia da República sobre a Política Agrícola Comum pós-2020, o «papel fundamental da ciência, da inovação tecnológica, e também, diga-se, dos jovens agricultores».

Agricultor

Em linha com posições já sustentadas anteriormente, o Eurodeputado defendeu que a chave da conciliação dos objetivos ambientais e das políticas agrícolas está numa abordagem gradual e no investimento forte na capacitação profissional e tecnológica dos agricultores. «Na realidade (a sustentabilidade) é uma oportunidade! Mas uma oportunidade relativamente cara, que envolve riscos e requer conhecimento técnico». Por isso, diz ser o investimento da PAC «essencial para operar uma verdadeira transição tecnológica e de informação nos campos». No entanto, o Eurodeputado recorda que «nunca podemos esquecer que o avanço tecnológico, com o qual todos estamos de acordo, não deve, em circunstância alguma, deixar para trás o mundo rural que ainda não beneficia desses avanços».

Dirigindo-se à Comissão da Agricultura e Mar, Álvaro Amaro sublinhou que «não pode faltar coragem política», para enfrentar os desafios das alterações climáticas, da demografia e das desigualdades territoriais. Nesse sentido, «é imperioso que os governos reforcem as medidas e os recursos disponíveis».

A degradação ambiental, o declínio económico e social e o despovoamento das zonas rurais são problemáticas transversais, que exigem planeamento reforçado, particularmente através de coordenação das diferentes políticas. Mas, não basta reforçar a coordenação, é preciso reforçar o compromisso político, por exemplo, em matéria de declínio socioeconómico. Referindo-se às zonas rurais, observou «ou encontramos uma forma de trazer mais gente para o setor, ou a produção agrícola, em Portugal, desaparecerá, ou concentrar-se-á apenas em meia dúzia de agricultores».

Finalmente, para o membro da Comissão da Agricultura do Parlamento Europeu, a luta contra as alterações climáticas torna flagrante a questão da má gestão, em Portugal, dos recursos hídricos e das florestas. Os agricultores precisam do empenho determinado do Governo, nas negociações do Conselho Europeu, para garantir que as políticas europeias atenderão às necessidades específicas do país, particularmente no que diz respeito às questões associadas ao regadio e à floresta, com especial relevo para países do Sul, como Portugal. Por outro lado, é crucial que os planos nacionais sejam não apenas concebidos e adaptados em conformidade com as necessidades específicas do país, mas que garantam financiamento adequado e proporcionado às ambições políticas.

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