Alqueva investe mais €150 milhões para alargar área de regadio em 40%

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A área de regadio do Alqueva vai aumentar em cerca de 40% em relação ao que estava inicialmente previsto, num investimento de infraestruturas que está avaliado em cerca de 150 milhões de euros.

José Pedro Salema, presidente do conselho de administração da EDIA – Empresas de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, revelou que, além dos 120 mil hectares de regadio que estavam previstos no projecto inicial do Alqueva – e que deverão estar concretizados na íntegra a tempo da campanha agrícola de 2016 – a empresa pública está a estudar estender a área de regadio a mais 46 mil hectares em áreas limítrofes, desde Reguengos de Monsaraz a Moura.

«Os estudos estão no terreno, principalmente em cinco áreas geográficas distintas. Esses estudos encontram-se em projeto de execução. Daqui a um ano, sensivelmente, no final de 2016, penso que teremos o projeto concluído. Prevejo que, se tudo correr bem, o início das obras poderá ocorrer daqui a um ano e meio, até porque para a aprovação da DIA [Declaração de Impacte Ambiental] normalmente é preciso mais seis meses», avançou José Pedro Salema.

Em relação ao projeto inicial dos 120 mil hectares de regadio, o projeto do Alqueva fechou este ano com mais 20 mil hectares, chegando perto dos 90 mil hectares. Os restantes 30 mil hectares de regadio deverão estar operacionais em 2016.

Com o alargamento da área de regadio a novas zonas limítrofes, «as oportunidades de investimento no Alqueva vão continuar por muitos anos».

O presidente da EDIA garante que neste momento, o projeto já conta com cerca de 150 investidores estrangeiros, com predominância dos espanhóis, que têm uma grande presença no cultivo de olival intensivo.

«Mas temos também investidores do Chile e de outros da América do Sul, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Estados Unidos, etc.», anuncia José Pedro Salema. E a procura mantém-se.

Em Beja, a mais de 80 quilómetros da albufeira principal do Alqueva, a maior reserva de água da Europa, chove normalmente o mesmo que em Paris.

Só que com verões extremos e antes do projeto do Alqueva ter ficado concluído, em 2002, as secas criavam ruturas no abastecimento de água às habitações e impediam quase todas as culturas agrícolas de vingarem num ambiente de pré-deserto.

Agora, a EDIA garante o fornecimento em casa a um universo de 280 mil pessoas mesmo que ocorra um cenário de seca extrema de quatro anos consecutivos, além de captar investimentos nacionais e estrangeiros para cultivar fruta, cereais, leguminosas e hortícolas, que antes não se enquadravam na paisagem agrária do Baixo Alentejo.

O estudo da aptidão das culturas agrícolas já concluído pela EDIA confere um potencial de crescimento a cultura tão díspares e inesperadas como a rúcula, beterraba sacarina, chicória, colza, sorgo ou papoilas para fins medicinais.

Fonte: Económico 

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