Agropecuária defende o papel dos animais na descarbonização dos ecossistemas

Os produtores portugueses de animais ao ar livre, secundados pelos especialistas que participaram na conferência “Gestão Pecuária Ativa para a Neutralidade Carbónica”, realizada no dia de abertura da Ovibeja, defenderam que é urgente proceder à desmistificação relativa ao papel da pecuária na descarbonização dos ecossistemas, mostrando os contributos dos animais para o reequilíbrio ambiental, designadamente a sua influência na fertilidade dos solos.

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A iniciativa do Monte do Pasto e da ACOS - Associação de Agricultores do Sul permitiu realizar um debate profundo sobre os reais impactos da pecuária nos ecossistemas agrícolas do nosso País, tendo sido dados contributos importantes para se perceber qual o caminho que realisticamente deve ser tomado com vista a um controlo efetivo das fontes de poluição.

Quanto à questão de saber se, afinal, a criação de gado é causa do problema ou parte da solução ficou claramente afirmada a vontade dos criadores de gado ao ar livre de tomarem as suas responsabilidades nesta matéria, até porque a desinformação propagada pelo ativismo irresponsável coloca o ónus do esclarecimento público em quem desenvolve uma atividade responsável e sustentável.

Clara Moura Guedes, presidente do Monte do Pasto, sublinhou esta responsabilidade dos criadores de gado num «período importante para a agricultura e a pecuária em particular, em que tudo é posto em causa, alegando-se as mais variadas preocupações, pretextos e justificações e em que os desafios são, por isso, enormes».

Para Clara Moura Guedes «importa tentar, de uma forma racional, informada e fundamentada, analisar com profundidade as múltiplas vertentes que resultam das opções estratégicas, económicas e políticas».

O primeiro painel sob o tema «contributos para um compromisso entre a racionalidade económica e a sustentabilidade ambiental na pecuária portuguesa», contou com a intervenção de cinco oradores e culminou num debate moderado por Eduardo Diniz, Diretor Geral do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral, do Ministério da Agricultura.

Ricardo Freixial, professor auxiliar do Departamento de Fitotecnia da Universidade de Évora, foi o primeiro orador e fez notar que «a agricultura é uma atividade que emite menos gases poluentes do que os transportes e do que emite a produção e o consumo energético».

Para o especialista, a premissa a ter em conta ao longo do debate foi a de que «a existência de vacas pode, de facto, não ser prejudicial para a questão poluente». 

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