Agroalimentar: estratégia passa por investimento de €100 milhões em investigação

O secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar considera que a estratégia nacional para o setor, de 2015 a 2020, passa pela inovação e por um investimento de 100 milhões de euros para investigação aplicada.

O plano estratégico nacional para o setor, que está numa «fase de crescimento notável», vai ser apresentado dia 20 de março, em Oeiras, adiantou Nuno Vieira e Brito.

Segundo disse o governante, à margem de uma visita ao Tagusvalley - Tecnopolo do Vale do Tejo, parque de ciência e tecnologia instalado em Abrantes, o setor tem de se «diferenciar pela inovação, criando redes e parcerias ao nível científico, tecnológico e empresarial, e aproveitando a sua biodiversidade, que, ao nível do agroalimentar, é dos mais ricos do mundo».

«A nossa estratégia assenta numa visão de conjunto que engloba a necessidade de melhorar a produtividade e valorizar os nossos recursos, olhar para as alterações climáticas e encontrar as melhores áreas de intervenção em cada um dos setores», destacou.

Nuno Brito defendeu ainda que a valorização do setor primário e agroalimentar passa pelos centros de inovação e conhecimento, como o Tecnopolo do Vale do Tejo, e pela «especialização inteligente» destes equipamentos.

«Portugal é um país pequeno e não se pode dar ao luxo de ter réplicas destes centros de inovação e investigação, e que retirem massa crítica. Devemos, antes, ter áreas de intervenção e especialização inteligente, através da criação de um 'cluster' agroalimentar e de um 'cluster' florestal, com a agregação dos vários polos e divididos por setores temáticos, como o tomate, o sobreiro e a cortiça», exemplificou.

Numa fase em que se prepara o novo quadro de programação comunitária, o secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agro-alimentar quis conhecer a capacidade instalada no Centro de Transferência de Tecnologia Alimentar - INOV'LINEA, infra-estrutura instalada em Abrantes e que presta apoio direto ao sector agroalimentar regional, no âmbito do Vale do Tejo.

«Quero conhecer a realidade do país e os bons exemplos que vão existindo no território, ao nível da inovação e investigação agr-alimentar», declarou, tendo deixado o desafio aos responsáveis do Tecnopolo do Vale do Tejo para «alargarem os horizontes regionais para uma escala nacional com objetivos internacionais».

«Através do Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) 2020 vamos ter 100 milhões de euros para a experimentação e investigação e esta é uma oportunidade única para aproveitarmos esta fase de crescimento notável no setor», defendeu Brito.

«Este ano tivemos o valor máximo de exportação do agroalimentar português, com mais de seis mil milhões de euros e para países que vão além dos mercados tradicionais, e também a produção está em franco crescimento, porque reduzimos o nosso défice alimentar em 680 milhões de euros», destacou.

«Significa que estamos a produzir mais e que estamos a exportar mais, e este caminho de crescimento só tem futuro se houver inovação, hoje e nos próximos anos», vincou.

Fonte: Lusa 

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