Vinhos do Alentejo diversificam mercados contra quebra de exportações

Os produtores de vinho do Alentejo estão apostados em diversificar mercados para atenuar a quebra das exportações registada este ano, provocada, sobretudo, pela diminuição das vendas para Angola e Brasil, segundo a comissão vitivinícola regional.

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Depois do crescimento verificado em anos anteriores, as exportações de vinho diminuíram 8,7% este ano, até ao terceiro trimestre, em relação a idêntico período de 2015, diz o presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Francisco Mateus.

O responsável reconhece, contudo, que a situação está melhor desde junho, quando as exportações registaram uma diminuição de 13,7%, e manifesta a esperança de o ano fechar com «uma quebra muito pequena» ou com «um resultado mais positivo do que o esperado».

Como forma de contornarem a situação, segundo Francisco Mateus, os produtores alentejanos optaram por diversificar mercados, «o que é um excelente sinal», procurando aumentar as exportações para destinos como o Japão, China, Rússia e Estados Unidos da América (EUA).

Registando um aumento do número de produtores a vender para o exterior, em comparação com o ano passado, embora em menos quantidade, o presidente da CVRA considera que o Alentejo «está a exportar melhor e de uma forma mais sustentada, sem estar tão dependente dos mercados de Angola e Brasil, que representavam 58% das exportações em 2015».

Ainda em relação às exportações para mercados fora da União Europeia, o responsável realça que as vendas para os EUA estão a «crescer bem», considerando que se trata de «um excelente mercado».

«Para a Rússia e Ásia, nomeadamente Japão e China, verifica-se também, este ano, um aumento significativo das exportações e são mercados para os quais temos de começar a olhar» acrescenta.

Segundo o presidente da CVRA, até ao terceiro trimestre de 2016 e em comparação com igual período de 2015, as exportações para os Estados Unidos aumentaram 13,7%, para a Rússia 94%, China 113% e Japão 298%.

Na União Europeia, o principal mercado é a Polónia e «está em crescimento», diz Francisco Mateus, indicando que França e Alemanha são outros destinos com «algum peso» dos vinhos do Alentejo.

Vendidos um pouco por todo o mundo, os vinhos do Alentejo têm no Brasil, Estados Unidos, Angola, China e Rússia os principais mercados de exportação.

No mercado nacional, o Alentejo é a região líder, quer na quota de mercado em volume (47%), quer em valor (46%), de acordo com a comissão vitivinícola, que cita dados Nielsen na categoria de vinhos engarrafados de qualidade com classificação DOC (Denominação de Origem Controlada) e IG (Indicação Geográfica).

Com oito sub-regiões vitivinícolas (Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vidigueira, Moura, Évora e Granja/Amareleja), o Alentejo possui cerca de 22 mil hectares de vinha e um total de 263 produtores e 97 comerciantes. 

Fonte: Lusa

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