Vinha Protegida para uma Colheita Garantida

Artigo Técnico

Por: António Martins e Pedro Sampaio

Todos os anos os viticultores Portugueses enfrentam uma grande ameaça nas suas produções de uva, através dos devastadores ataques de pássaros. As aves que normalmente causam esses estragos, bem como em outras culturas frutícolas são os Estorninhos, Melros, Pardais e Pegas. No panorama nacional existem zonas mais críticas que outras, sendo o Alto Alentejo, o Baixo Alentejo e o Algarve as zonas mais afetadas, seguidas pela Península de Setúbal e o Ribatejo.

Os ataques de pássaros atingem o seu período mais crítico nas cinco ou sete semanas que antecedem à vindima. Os habituais métodos de combate utilizados são os canhões de gás, gravações de aves de rapina, mão-de-obra (tiros de caçadeira) e refletores. Estes sistemas de combate aos pássaros não se revelam eficazes e transformam-se em muito trabalho, muita despesa e uma fonte de constantes preocupações para o produtor. As perdas médias anuais são de 25% e, em determinadas situações ou anos podem ultrapassar os 60%. Para além das perdas diretas, existem outro tipo de estragos, nomeadamente a perda de valor comercial dos cachos parcialmente danificados (uva de mesa), e problemas secundários como infeções fitossanitárias, insetos, maturações pouco uniformes, refletindo-se consequentemente em perdas de qualidade e quantidade.

A proteção da Vinha com as telas MOVPROTEC® é uma solução absolutamente eficaz, contando já com dezenas de hectares protegidos em todo o território nacional, desde o Douro até Tavira, permitindo nos ter a experiência e o “know-how” para podermos aconselhar com muita segurança, as nossas soluções juntos dos Viticultores Portugueses. A tela anti-pássaros na vinha é ideal, e ainda mais  vantagosa para uva de mesa ( Red Globe, D. Maria, Uva sem Grainha, Cardinal etc), bem como para as castas viticolas de maturação precoce (Chardonnay, Tamarez, Alvarinho, Aragonez) e ainda castas de grande valor acrescentado (Viogner, Syrah, Arinto, Verdelho). Vinhas ou parcelas isoladas sobretudo em paisagem de montado de Azinho ou Sobro, servem muitas vezes de esconderijo e abrigo para os pássaros, sendo alguns dos locais onde esta aplicação ganha ainda mais importânica, assim como em vinhas inseridas num ambiente de turismo rural, onde a poluição sonora não é desejada.

A COTESI S.A. une a sua vasta experiência na produção de tecidos técnicos para proteção agrícola, a um trabalho Agronómico de grande relevância junto dos viticultores, permitindo definir muito concretamente, as matrizes corretas para a proteção anti pássaros na vinha. Temos soluções e sistemas para a colocação das telas, seja num hectare ou em vinte, tendo sempre em linha de conta os aspetos práticos e custos de mão-de-obra, que são hoje em dia da maior importância para qualquer exploração agrícola. A medida que aconselhamos para a proteção em sistema de condução convencional (bardos) é a nossa medida “standard”, que consegue garantir a proteção da zona dos cachos, sem custos acrescidos em metros quadrados inúteis e que no inverno devido precisamente às suas dimensões, é possível recolher confortavelmente para a base da vinha. A cor e o tipo de construção das telas, são características muito importantes e que devem ser rigorosas para um cliente profissional, pois é necessário proteger sem comprometer e melhorar sem agravar.

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Um incremento à qualidade e produtividade

É consensual nos utilizadores das telas de proteção MOVPROTEC®, que estas permitem também um outro tipo de conquistas, sobretudo devido ao ligeiro sombreamento que estas provocam, permitindo à planta um outro nível de conforto. Uma das principais condições na obtenção de uvas de qualidade e consequentemente dos seus vinhos, é que o período de maturação ocorra da forma mais natural e harmoniosa possível. Essa correta maturação ocorre de um bom equilíbrio fotossintético, sendo condição essencial para o mesmo, um correto balanceamento entre a luminosidade, disponibilidade hídrica e nutrientes. Um dos episódios mais clássicos na fisiologia vegetal é a paragem da atividade fotossintética por excesso de luz e/ou calor. Isto significa que em situações climatéricas extremas as plantas bloqueiam automaticamente, dando origem a que alguns dos processos fisiológicos não funcionem. Uma das zonas vitícolas Portuguesas que melhor exemplifica esse fenómeno, é a Região Demarcada do Douro, na qual se verifica que as encostas viradas a Norte são sempre menos interessantes sobre o ponta de vista enológico, do que as encostas viradas a Sul, sobretudo dadas as características de exposição solar de uma e outra. A energia para as plantas provem sobretudo da luz solar, sendo que qualquer interferência neste capítulo provocará alterações altamente significativas na cultura. Sem dúvida que o stress solar e térmico está na ordem do dia, e os prejuízos que causam têm ganho dimensão de ano para ano, refletindo-se normalmente na queima de bagos e folhas. Este facto tem preocupado cada vez mais os técnicos de vitivinicultura um pouco por todo o lado, pelo impacto brutal que tem na quantidade e qualidade das produções. Os mais recentes estudos que a Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro tem vindo a realizar na zona do Douro Superior, demonstram desde já que a utilização deste tipo de telas se reflete nos seguintes ganhos vitícolas, quando comparada com a mesma variedade e porta-enxerto sem a proteção:

  • Redução dos bagos desidratados;
  • Produções mais elevadas por planta;
  • Aumento do peso e volume do cacho.

Já relativamente aos mostos, verifica-se em geral um aumento da qualidade, sobretudo nos seguintes parâmetros:

  • Incremento do Álcool;
  • Aumento da Acidez;
  • Redução do Ácido Málico.

Sem dúvida que deverão ser implementadas todas as medidas agronómicas profiláticas, antes de se pensar em recorrer à cobertura das sebes vegetativas, mas o que aqui se pretende é consciencializar a comunidade em geral, que estas ferramentas existem e estão disponíveis.

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