UTAD alerta para o flagelo da escassez da água

As alterações climáticas e os incêndios florestais, associados às imprudências de alguns comportamentos humanos, estão a pôr em causa de forma acelerada as reservas de água do país e a levantar sérios problemas para o futuro.

seca

Este o alerta de uma investigadora e docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Sandra Pereira Cunha, coordenadora do projeto “ENERWAT” que estuda as melhores formas de diminuir os consumos de água urbanos e rurais.

«O uso ineficiente da água como se fosse um recurso inesgotável leva a que em determinadas alturas se atinjam níveis de stress hídrico elevados», sustenta a investigadora, que defende «uma gestão sustentável deste recurso como fundamental para minimizar os impactos nefastos no ambiente, e para tal são necessários estudos aprofundados sobre a ineficiência da sua utilização. Associado ao consumo de água está também o consumo de energia e a consequente emissão de CO2 quando não existe um uso eficiente destes recursos.»

Quanto aos riscos que se correm no futuro, Sandra Cunha previne que os comportamentos da sociedade atual conduzirão à escassez de um recurso essencial e à necessidade de recorrer a água não potável para usos potáveis.

«Talvez se antecipássemos a situação, começando, por exemplo, a reutilizar água residual tratada em combate a incêndios florestais e até em usos menos nobres do nosso dia a dia, como em descargas de autoclismos, conseguíssemos desde já começar a mitigar a situação», propõe a investigadora.

A investigação da UTAD sobre o uso público e privado da água reconhece, desde logo, a escassez de informação e a falta de avaliação sobre os padrões de consumo entre as áreas urbanas e rurais, o que é essencial para o futuro planeamento estratégico-político neste domínio.

O projeto ENERWAT pretende assim investigar quais os fatores que afetam o consumo de água, nomeadamente o tipo de captação, subterrânea ou superficial, e a sua distribuição pelas utilizações finais. Tal permitirá identificar quais os comportamentos sociais e sazonais que levam ao consumo de grandes quantidades de água e energia, sendo o objetivo final criar um “manual de boas práticas” com estratégias que conduzam à redução de consumos de água e energia nas duas realidades: urbana e rural. 

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