UE preocupada com bactéria que ataca oliveiras

A União Europeia (UE) está preocupada com os riscos de propagação de uma bactéria que mata as oliveiras, perante um surto no Sul de Itália, mas os Estados-membros não se entendem sobre as medidas de emergência a adotar.

O comité fitossanitário reuniu-se a 26 e 27 de março em Bruxelas, a pedido de Portugal, Espanha e França, para analisar o surto no Sul de Itália da bactéria xylella fastidiosa, onde já atinge 10% das oliveiras, e que ameaça propagar-se ao Sul da Europa, inclusivamente a Portugal.

Apesar da preocupação dos países, não foram tomadas mais medidas emergência devido às posições diferentes dos Estados-membros, com França e Espanha com orientações mais duras uma vez que temem que a bactéria ameace também as suas vinhas.

Segundo os peritos, a solução poderá passar por sacrificar olivas para evitar a expansão do surto. A bactéria xylella fastidiosa propaga-se através dos insetos que a transportam de árvore em árvore e tem no verão o período de maior disseminação.

Para já foi pedido que os Estados-membros façam uma avaliação do Estado das suas árvores e solicitado à Agência Europeia de Saúde Alimentar que estude as medidas já adotadas contra a epidemia com vista a reforçá-las.

Questionado sobre a posição de Portugal, o Ministério da Agricultura disse que desde que esta bactéria foi detetada pela primeira vez no território da União Europeia, em outubro de 2013 na região italiana de Pouilles, que o Governo tem «vindo a solicitar à Comissão Europeia a intensificação e o alargamento das medidas de emergência que estão a ser aplicadas pelos serviços italianos».

Na reunião da semana passada, acrescentou fonte oficial, Portugal defendeu o «rápido estabelecimento de medidas adicionais» para combater o surto, caso do «alargamento da atual restrição do movimento de plantas destinadas a plantação, nomeadamente de citrinos e de videira e que tenham origem nas áreas italianas afectadas», assim como a «implementação de medidas locais mais rigorosas no controlo da dispersão da doença e dos insectos vectores».

O ministério da Agricultura não indicou, contudo, que posição Portugal terá na nova reunião do comité fitossanitário que está prevista para abril e em que poderá ser realizada uma votação dos Estados-membros por maioria qualificada, o que impedirá Itália de bloquear decisões.

Além das oliveiras, a xylella fastidiosa também ataca vinhas e citrinos e para já ainda não foi encontrado tratamento.

Os principais países produtores de azeite da União Europeia são Espanha e Itália. França, Portugal e Grécia importantes olivicultores.

Fonte: Lusa

 

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