Touriga Nacional: a nova «embaixadora» dos vinhos portugueses

O nome conta a história quase toda: Touriga Nacional, a «casta tinta mais representativa» para os Vinhos de Portugal, que agora surge plantada no estrangeiro e elogiada pela crítica, como uma nova embaixadora dos vinhos portugueses.

«A crescente internacionalização, a qualidade e os prémios obtidos pelos vinhos portugueses em diversos concursos internacionais geram interesse e contribuem para o conhecimento das castas portuguesas no mundo. Assim, o facto de outros países estarem a plantar algumas dessas castas é um sinal de conhecimento e reconhecimento das suas características», disse o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Manuel Cabral.

Numa recente edição da revista especializada Decanter, o resultado da parceria do enólogo Rui Reguinga na Argentina, que culminou com um vinho composto por 80% da casta de uva Malbec (a principal variedade utilizada na Argentina) e 20% Touriga Nacional, aparece na categoria dos «excepcionais», com classificação de 18,5 em 20.

«Acho de muita importância para Portugal e para os vinhos portugueses que a casta Touriga Nacional tenha um reconhecimento internacional como casta de elevado potencial qualitativo. Tem sido reconhecida fora de Portugal como uma casta com grande aptidão para 'blends' [misturas], aumentando e melhorando as castas utilizadas localmente», afirmou Rui Reguinga.

O enólogo lembra que têm sido trabalhados vários 'blends' não só na Argentina, mas também na Austrália (com a casta Shiraz) e na Califórnia (com Carbernet) e sublinha que «deveria ser continuamente incentivada a plantação da casta nos outros países produtores de vinho, de modo a ser considerada uma casta internacional, que obviamente tem sempre a sua identidade e originalidade em Portugal».

A necessidade da manutenção da identidade é partilhada por Manuel Cabral, do IVDP: «a identidade da Touriga Nacional não está em causa. Assim, compete-nos preservar, proteger e promover este património genético único e garantir que haja uma identificação clara das castas portuguesas com o nosso país».

Nuno Vaz Pires, da Essência do Vinho, coloca ênfase no potencial que a presença externa de castas de origem portuguesa cria e refere que «quando um consumidor - ou alguém - está a usar Touriga Nacional há uma associação imediata a Portugal», o que pode levar esse cliente a «descobrir outros vinhos portugueses».

«De facto, ajuda a potenciar o nome do nosso país», sublinha Nuno Vaz Pires.

Fonte: Lusa

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