TODOS AO MILHO!

TODOS AO MILHO!

Por: Eng.º Silas Pego, Eng.º Agrónomo, PhD

INTRODUÇÃO

A pedido do director desta Revista, talvez pela consideração aos meus 40 anos de investigação no milho e aos meus 100% de carreira profissional no campo, ofereço ao caro leitor este modestíssimo contributo, de quem pelo milho se apaixonou e com ele também aprendeu a desabafar…

E, de repente, dei comigo em…profeta! Ora esta! Agora de velho e reformado… Então não é que me vou dando conta que aquilo que previ há 20 anos atrás com o meu amigo Meireles, está agora a acontecer no dia-a-dia? De repente, os “sábios” do nosso querido parlamento descobriram que já não temos agricultura… Que o interior do país está abandonado, com os últimos resistentes (quase todos da minha idade!) a caminho do cemitério… Com o cataclismo ambiental daí resultante, onde já ninguém pára os fogos florestais nas matas onde crescem tojos e giestas, agora já sem a concorrência da sombra dos pinheiros… Onde as aldeias nas serras se vão tornando em “sites” arqueológicos… Onde o litoral deste “jardim à beira mar plantado”, qual navio com rumo a sul, vai adornando para estibordo onde se concentra toda a fonte (agora escassa!) de emprego… Fecham-se escolas (pois claro, se já lá não há alunos!), centros de saúde (por que não, se os velhos que lá ficam vão durar pouco?), encerram-se postos dos CTT (evidente, a que preço ficaria cada carta? Além disso já toda a gente tem…”internet em banda larga” e emails… Quando já se mostram na TV, em horário nobre, cândidos exemplos de casais que abandonam a urbe e os vemos a tratar das couves e cebolas em românticas hortinhas… Enfim, aqui chegamos com este “estrondo” de progresso rural, cujos ecos nos vêm de Bruxelas onde apenas algumas espécies vegetais “premiadas” com a “água benta” da sacrossanta PAC resistem valorosamente: videira, oliveira e…milho! Portugal modernizou-se, dizem-nos…

O PÉ DE GALO

A mesa onde o mundo come tem um “pé de galo”!

Sem pretensões “mediúnicas” nem recurso a ciência oculta ou de ponta, fui aprendendo ao longo da vida meia dúzia de verdades, ou “paradigmas” que, mesmo sem os ter inventado, constituem o suporte do meu pensamento e, creio, de muita mais gente sensata. Por limitação própria de “ciência e arte”, refiro apenas três desses paradigmas, curiosamente todos eles, qual “mesa de pé-de-galo”, com três pernas!

O Paradigma político

O primeiro, a que chamarei “paradigma político”, sustenta-se no equilíbrio e coordenação destes três pilares: objectivo/filosofia/estratégia. Isto é, na ausência de qualquer destas “pernas”, a “mesa” vai ao chão! Quando aprendi isto, estava longe de pensar que esta verdade me habilitaria a ser “profeta”...

Com efeito, ao longo de toda a minha carreira profissional, nunca encontrei resposta satisfatória para qual o objectivo do governo do meu país, já que os “objectivos” iam mudando como quem muda de camisa: campanha dos cereais, campanha do milho…e, recentemente, campanha da oliveira. Enfim, um desnorte ou uns arroubos momentâneos conforme os ministros/governos se iam alternando…

Quanto à filosofia, isto é, a doutrina/pensamento básico subjacente ao objectivo, a coisa ainda foi pior: por muito que me tivesse interrogado neste domínio, sempre encontrei, a nível nacional, o mais completo vazio. Apenas, umas “variações à guitarra” da mesmíssima música que vinha de Bruxelas, ela própria em completo desnorte de imitação da “country music” americana… O raio da “perna” – filosofia – não havia maneira de a descortinar! Mas também não admira: com Ministros de Agricultura que do “agro” só sabiam os regulamentos da PAC e seus acessórios, com presidentes da nossa investigação agrária com títulos de investigador da “manga-de-alpaca”, ou de institutos de recursos biológicos que da matéria apenas sabiam o que transpirava dos manuais e que, mesmo assim, quais generais, lhes era atribuído o comando das “tropas”, o que seria de esperar? Por último, com “generais” sem objectivos definidos e sem filosofia que se lhes veja, como pode haver estratégia? Para mal dos meus pecados (e certamente por defeito meu) nunca consegui ver esta “mesa” de pé.

Que raio… seriam precisos dotes de alquimia mágica para se ser profeta nesta terra?

O paradigma científico

O segundo, que designarei por “paradigma científico” e que se aplica a qualquer sistema produtivo, seja ele agrário ou industrial, sustenta-se nesta tripla sequência: energia/matéria-prima/ciência. Isto é, para se produzir o que quer que seja, desde parafusos a grãos de milho, a primeira das “pernas” - energia (fóssil ou renovável) - tem que estar assegurada desde o início. Por sua vez, sem a segunda “perna” – matéria-prima (endógena ou exótica) – a energia dissipa-se. Por último, sem a ciência do “saber fazer”, o tal know-how, também não haverá produto acabado. Também aqui, se à “mesa” faltar alguma destas “pernas”, virá ao chão! É nesta área da ciência biológica, designadamente na moderna biotecnologia, como nova ferramenta do melhoramento de plantas, designadamente no melhoramento de milho, que temos vindo a assistir a grandes avanços. A isso voltaremos mais adiante.

O paradigma pragmático

Ao terceiro e último, chamarei “paradigma pragmático”. Recordo-me (e já lá vão umas décadas!) da primeira vez que li, numa publicação da FAO, qualquer coisa como isto: 75% da proteína ligada à alimentação da Humanidade assentava em apenas três plantas – trigo, milho e arroz. E nessa mesma publicação dizia-se que apenas entre 2% a 4% vinha do sector das pescas. Dando de barato que, devido à recente expansão da aquacultura o sector pesqueiro tenha experimentado um grande incremento, a constatação desta ordem de grandeza relativa, com o seu inerente pragmatismo, impressiona! Assim como é impressionante que esta constatação não tenha chegado à cabeça de quem nos tem governado. Com efeito, após a prolongada agonia dos nossos Ministérios da Agricultura, em AVC’s repetidos ao longo dos últimos 30 anos até se chegar ao actual “estado de coma”, constato que duas destas 3 “pernas” - milho e arroz - foram, no domínio da investigação, consideradas obsoletas ou dispensáveis e que, por economia de meios, deveriam ser relegadas apenas para o sector privado das multinacionais de sementes, a quem, pessoalmente, tiro o meu chapéu pelo excelente desempenho científico. Só que os seus objectivos não são propriamente os da pequena agricultura nacional, policultural e de qualidade de grão para a alimentação humana. Em suma, interrogo-me quais serão as fortíssimas razões para que um Ministério de Agricultura de qualquer país do mundo não reserve também para investigação própria, pelo menos estas três “pernas” da mesa do nosso pão… É que assim sendo, como poderá potenciar os seus próprios recursos genéticos sem a respectiva investigação no melhoramento? Será que pensam que basta ir buscar a um banco de germoplasma sementes de uma variedade nacional e relançá-la na lavoura com o seu potencial produtivo de umas escassas 3-4 toneladas/ha? Aqui também, o defeito deve ser meu, pois não consigo visualizar outra situação senão aquela de ver que a “mesa” vai mesmo ao chão…

PROFETA e MILHO…NÁRIO

Será que o caro leitor sabia que PORTUGAL deve ao milho a sua primeira (e que eu saiba, única!) “revolução agrária”? Efectivamente, durante os séculos XVII e XVIII esta “planta americana”, aliada ao tractor de então (boi barrosão, maronês, arouquês…) – deu ao Entre Douro e Minho e Beiras, uma mais-valia económica, que deixou rastos no folclore e nas arrecadas de ouro das minhotas. Posteriormente, tal recurso genético, agora endógeno, seria a base de híbridos nacionais como o HP21 e HB3 que forneceram a agricultura nacional com sementes que, durante mais de uma década, se mantiveram no topo de vendas, em concorrência aberta com os novos híbridos americanos! Foi esta “matéria-prima” nacional, de grão liso, que não só deu origem à Broa de Avintes, como engordou o porco bízaro e debitou vitelas que no porto de Leixões eram encaminhadas para Londres! Os tempos mudaram e este modelo de agricultura sustentável, policultural e minifundiária, iria sendo paulatinamente substituída pelo modelo americano, mais produtivo, mas orientado para a alimentação animal, via rações. Em qualquer dos casos, o nosso milho, não só se foi adaptando, como continuou a ser fonte de riqueza, fazendo… milionários! Enfim, dois modelos de agricultura que, conforme a moda dos tempos, agora pressionada pelo peso económico dos factores de produção, tiveram, e continuam a ter, como grande aliado o milho, esta planta fantástica que ostenta “medalhas” incas e azetecas e que está na base da maior economia dos nossos tempos – E.U.A. E nos tempos actuais da moderna biotecnologia continua a desafiar tudo e todos!

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Quando iniciei a minha vida profissional nos princípios dos anos 70, existia nos E.U.A. um clube restrito dos melhores produtores de milho a que chamavam o “clube das 10 toneladas”. Era a elite, uma espécie de máximo produtivo! Ora, aqui há uns anos atrás, quando examinava a espiga vencedora do Concurso das Melhores Espigas de Milho do Vale do Sousa, promovido pela Cooperativa Agrícola de Paredes, interrogava-me: até onde chegará o milho? É que essa espiga ultrapassou os 500 gramas de grão seco a 15% de humidade! Um simples cálculo de produção com uma densidade de 70.000 plantas/ha (ciclo longo) e no pressuposto hipotético, de um dia termos uma variedade em que todas as espigas iguais àquela, tal equivaleria a 35 toneladas, de grão seco, por hectare! É evidente que se tratava de uma projecção ideal e por isso irrealista, mas na minha condição de melhorador, garanto-vos que “ouvi” essa espiga desafiar-me: és capaz de me levar, com uma das tuas novas variedades, até estas 35 T/ha? Ainda hoje esta ousadia me fervilha na cabeça, o que me leva a “profetizar” que (quem sabe?) algum dia apareça no mercado um novo híbrido que bata as 35 toneladas! Fantástico…este milho! Só lamento que, muito provavelmente, quando tal variedade surgir já não consiga tirar-lhe o meu chapéu por escassez de espaço no meu túmulo… Mas não me posso queixar… Por mal dos meus pecados cometi o tremendo erro de gramática com que me penitencio: quis ser milionário, mas troquei o I pelo H e apenas fiquei milho…nário! O que me fez uma grande diferença…

O VATICÍNIO

Para meu espanto, julgo ter chegado o tempo de ver cumprida outra das minhas, ou melhor, “nossas” (partilhada com o meu amigo Meireles!) profecias: não só se começa a falar no “regresso ao campo” e na recuperação da agricultura nacional, como a nível internacional se agita a mesma bandeira! E nela, outra vez, o milho salvador é estrela! E desta vez o caso vai ser sério… É que se prevê que dos actuais 6.000 milhões de humanos sobre este planeta, em 2050 esse número terá um acréscimo de 50% subindo até aos 9.000 milhões de almas para alimentar! E como a Terra não se prevê que inche, é preciso arranjar maneira de se aumentar drasticamente a produtividade dos bens alimentares… Curiosamente, este tema está a agitar os mundos da ciência e da política. Ora veja o que, de mais recente, nos chega às mãos:

O pão e o ambiente

No número de Novembro/2011 da revista Scientific American, em artigo assinado porJonathan A. Foley e intitulado “Será que podemos alimentar o mundo e sustentar o planeta?” (Can we feed the world and sustain the planet?) o autor sugere 5 medidas para se atingir tal objectivo:

1. Pare-se com a expansão da pegada ecológica da agricultura

Que se consiga estancar o abate das florestas tropicais e das savanas, a pretexto da sua substituição por culturas de pastagens. Que igualmente se pare com o absurdo das políticas de energia que utilizam bens alimentares (grão) para produzir biocombustíveis. Usem-se antes bens não alimentares, como os celulósicos. Com estas medidas se protegeria o ambiente, bem como se travaria a delapidação dos recursos genéticos.

2. Encurtamento dos diferenciais de produção agrícola entre os países ricos e pobres

Duplicar a produção agrícola através da implementação da produtividade na terra arável actual, sem agravar a “pegada ambiental”. Tal objectivo só se poderá atingir de dois modos: ou elevando o tecto produtivo das cultivares actuais, ou pela transferência de conhecimentos e de tecnologias para os países pobres.

3. Um mais eficiente uso dos recursos

Inovação para uma agricultura de precisão, com mais eficiente monitorização da energia, dos fertilizantes e do uso da água, designadamente através da poupança que advém da rega gota-a-gota.

4. Alteração das dietas alimentares

Com a diminuição dos alimentos altamente consumidores de energia (carne), para uma maior utilização dos vegetais.

5. Redução de perdas ou sobras alimentares

Cerca de 30% dos alimentos produzidos a nível mundial, perde-se! Problemas de capacidade de armazenamento, controle de pragas de armazém, validade dos produtos. A este respeito sugere-se uma nova forma de etiquetar os produtos alimentares, substituindo as etiquetas com validade “por datas”, por etiquetas “térmicas” (alteração da cor nos limites térmicos), prolongando assim a validade dos produtos através de melhores processos de conservação pelo frio.

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Ora, quando a Humanidade cultiva 38% da área arável do planeta, da qual uma terça parte é ocupada pelos cereais e sendo o milho a grande base alimentar dos países ricos que o consomem, não directamente (como é o caso do arroz), mas indirectamente (através da carne, leite e seus derivados - todos eles grandes consumidores do armazenamento e conservação pelo frio), todas estas medidas lhe dizem directamente respeito. Convirá também aqui lembrar que, sendo o solo arável escasso, a solução para tão magno problema residirá no aumento da produtividade. E que esta se consegue, tal como até aqui tem acontecido, através de dois factores complementares: agronomia e melhoramento genético.

O regresso às perenes

Logo no mês seguinte, Dezembro/2011, em número dedicado ao tema geral “Dez ideias para mudar o mundo” (10 world changing ideas) a revista Scientific American,em artigo assinado porChristophfer Mims e intitulado “Cultivares que não precisam de ser replantados” (Crops that don’t need replanting) apresenta-nos o novo desafio das plantas perenes em substituição das anuais, como o milho!

Ora, acontece que o milho, tal como em anteriores avanços científicos, continua a ser um dos objectos preferidos para o estudo dos novos desafios. Com efeito, esta planta já foi perene e só o homem, através da selecção em melhoramento, conseguiu transformá-la em anual! Revertê-la ao seu estado natural, agora com as novas ferramentas da biotecnologia, é o grande desafio que se apresenta! Com tal transformação pretende-se não só uma maior economia nos factores de produção, mas também uma melhor protecção do solo, uma melhor gestão da água e uma muito maior exploração do próprio solo devido à extensão da rede radicular.

Este desafio, ainda há bem pouco utópico, encontra presentemente em Ed Buckler, geneticista da Universidade de Cornell, alguém que se propõe identificar, nos próximos 5 anos, os genes responsáveis por essa capacidade e dentro de mais 10, poder já obter um milho perene!

O caso africano

Ao fechar o ano de 2011 a revista Science, no seu número de 9 de Dezembro, traz-nos um Editorial, assinado por Calestous Juma, intitulado “Ciência ao encontro da agricultura africana” (Science meets farming in Africa). Aqui o seu autor, Professor na Harvard University e Ex-Director executivo da “Convenção para diversidade biológica” (Convention on Biological Diversity), “revolta-se” contra as organizações internacionais que, sob os mais variados pretextos ambientais ou de conservação dos recursos genéticos, têm sido obstáculos concretos à utilização pela agricultura africana dos mais recentes avanços da ciência e das respectivas inovações tecnológicas! É o caso da biotecnologia de que o milho - base alimentar dos povos africanos – tem sido um dos principais receptáculos com os chamados OGM’s (organismos geneticamente modificados). Estas novas sementes, cujas alterações genéticas lhe têm permitido resistir a pragas e tolerar certos herbicidas e assim elevar as produções, são também, segundo o autor, desejáveis na agricultura africana desde que se proceda a uma necessária transferência de ciência para África.

De facto, em 1992 foi criada na ONU a “Convenção sobre a Diversidade Biológica”. Contudo, durante duas décadas este tratado foi responsável por uma paralisia no uso de OGM’s na agricultura, mesmo sabendo-se que as maiores ameaças à diversidade genética são a desflorestação e a invasão de espécies infestantes. Presentemente, dos 30 países que têm legalizado o uso de OGM´s, apenas 4 são africanos e, de um modo geral, todos eles estão a monitorizar o seu uso correcto. O mesmo se passa com o uso da biotecnologia em geral.

Por último o autor apela a que os países africanos quebrem esta barreira através de uma sólida colaboração científica internacional, para que África também possa beneficiar dos recentes avanços científicos e assim aumentar consideravelmente a sua produção alimentar.

Mais alimento, menos energia

Já no início deste ano, novamente a revista Scientific American, no seu número de Janeiro/2012, volta à problemática agrícola sob um novo ponto de vista – o energético. Num artigo com o título “Mais alimento, menos energia” (More food, less energy), Michael E. Webber, um matemático e Professor de engenharia mecânica na Universidade de Texas, afirma-nos que a energia que tem sido usada para produzir alimentos é largamente superior à quantidade de energia que dela obtemos! Usando as suas próprias palavras, o processo que vai do campo até ao garfo (Farm to fork) é altamente ineficiente!

Temos aqui aquilo a que, na moderna agricultura, poderemos chamar de enorme desperdício energético! Com efeito, durante mais de 50 anos que a energia fóssil (combustíveis, fertilizantes, agro-químicos…) tem vindo a ser utilizada, quase exclusivamente, para os grandes aumentos de produção e distribuição dos alimentos no mundo. Mas um cálculo matemático simples demonstra que a produção de alimentos é um processo ineficiente. Começa pelo facto de que já o crescimento vegetal é muito pouco eficaz: a fotossíntese apenas converte 2% da energia solar e esta baixa taxa ainda se agrava com quedas de 5-10% na transferência para bovinos e de 10-15% para aves, até chegar finalmente ao homem, onde se armazena/transforma nos músculos e gordura sob a forma de glicogénios.

Dada a abundância ilimitada da energia solar em fotões que nos chegam à Terra, temos vivido despreocupados com esta ineficácia da fotossíntese, ou desperdício energético. Mas quando se analisa o problema à escala mundial e quando nos preparamos para um crescimento populacional acelerado, então o caso assume proporções preocupantes! Usando como exemplo os E.U.A., são necessárias 10 unidades de energia fóssil para produzir 1 unidade de energia alimentar. Uma proporção de 10 para 1!

Que soluções? Poupança energética na distribuição, abandono da política de usar grão para produzir etanol, melhor utilização da água, zeromobilização, nivelação a laser e agricultura de precisão, alteração de comportamentos sociais, eis algumas sugestões do autor para obstar a este dramático desperdício energético.

Resta-nos, para concluir esta nossa “viagem pelo milheiral”, expressar algumas das nossas convicções ou, se o caro leitor preferir, “profecias”!

1.ª – O milho continuará a ter um papel preponderante na alimentação da Humanidade.

2.ª – Ninguém vai parar a biotecnologia, mesmo que os mais fanáticos “verdes” continuem a levantar “nuvens de poeira” e a exorcizar os OGM’s.

3.ª – O milho será a planta que irá “recuperar” a pequena agricultura nacional, agora sob novas formas de recursos genéticos nacionais, de grão de qualidade panificável, levando atrás de si o turismo rural com passeios pedonais pelos moinhos, espigueiros e eiras restauradas, com folclore e desfolhadas – onde a música será a locomotiva! – numa sustentação económica do nosso interior. Por sua vez, nos grandes regadios, outra vez o milho, aqui certamente OGM, continuará a ser presença obrigatória na agricultura totalmente mecanizada.

4.ª – Por último, o meu caro leitor terá que encontrar outro “profeta”, porque para profeta enganado, basta um!

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