Há exatamente 25 anos, técnicos holandeses introduziram as primeiras plantações de mirtilo no concelho severense.
Os ensaios revelaram-se um sucesso e hoje o concelho afirma-se como o principal produtor nacional deste pequeno fruto, com 60 toneladas que acabam escoadas, em grande parte, para o estrangeiro.
O município local junta, este sábado, à noite, numa gala, a comunidade de produtores de mirtilos e outras entidades para recordar o trabalho dos pioneiros e olhar para o futuro.
Pedro Lobo, 36 anos, não se arrepende de ter colocado de lado a carreira de engenheiro civil, para transformar a pequena plantação familiar de mirtilos da Quinta da Remolha num projeto de agroturismo.
"Decidimos aproveitar o know-how grande que existia para aumentar a produção. O mirtilo é central, mas já diversificámos para groselha, framboesa, maracujás e citrinos", contou o jovem agricultor.
Muitos outros jovens agricultores deram um forte impulso à produção da pequena baga azul, rei dos antioxidantes que também melhora a visão.
Sever do Vouga tem condições ideais, de solo e microclima, que permitiam a produção precoce de mirtilo de qualidade "única".
Segundo Pedro Lobo, os produtores locais devem trabalhar para conseguir a qualificação da Indicação Geográfica Protegida (IGP) do mirtilo de Sever do Vouga para fazer valer o seu "valor acrescentado".
A Quinta da Remolha soma prémios nos concursos onde os seus produtos são colocados à prova de júris exigentes.
Muitos jovens agricultores estão a ocupar bolsas de terras não cultivadas, graças a protocolos com o conselho diretivo dos baldios de Sever do Vouga.
A pioneira Mirtilusa, com sede em terras severenses, que agrupa 140 produtores, comercializou este ano já cerca de 106 toneladas de mirtilo (mais 30 toneladas do que em 2014).
A localidade é um caso de estudo internacional não só pelo número de explorações em atividade e emprego criado. Mas também porque está a dinamizar o cluster dos pequenos frutos como a amora ou fisális para outros pontos do país.
Fonte: Notícias de Aveiro