Setor das plantas e flores ornamentais com «dinâmica exportadora» recupera da crise

O setor das plantas e flores ornamentais está a «estabilizar» depois da crise provocada pelo abrandamento da economia, em particular na construção e obras públicas, disse o presidente da associação que reúne mais de uma centena de produtores.

flores

Ricardo Silvestre, presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais (APPPFN), disse que a Lusoflora, feira que termina este sábado no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, mostra um setor que revela a «dinâmica de exportação» que muitas empresas estão a conseguir ter depois da crise. 

«Há empresas estrangeiras a instalar-se em Portugal com grande sucesso, que já tinham mercados definidos, mas é também de salientar as portuguesas que têm vindo a crescer e começam a estar em feiras internacionais em conjunto», afirmou. 

Ricardo Silvestre realçou o facto de este ser um setor que aposta na inovação, nomeadamente em novas variedades de plantas e também na forma como são apresentadas, e que é competitivo no contexto europeu. 

Sem números atualizados, as últimas estatísticas são de 2012, a associação destaca que o peso do setor no contexto agrícola nacional é de «quase sete por cento», com um valor da produção da ordem dos 300 milhões de euros e do mercado rondando os 500 milhões. 

As plantas envasadas são as que apresentam um cariz mais exportador, havendo um «deficit na balança» em relação à flor de corte, muito devido aos custos energéticos com aquecimento e iluminação nos meses de inverno. 

O custo dos fatores de produção e o desafio das exportações são as principais dificuldades identificadas num setor que «tem que continuar a insistir e a levar cada vez mais produtores a colocarem produtos nacionais noutros países», disse Ricardo Silvestre. 

Por outro lado, a investigação tem-se revelado «pouco orientada para o setor» e é necessário que os institutos públicos como o INIAV apoiem também esta área, acrescentou. 

O presidente da APPPFN vai aproveitar a visita do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, ao certame para o sensibilizar para a importância desse apoio ao nível da investigação e para a necessidade da existência de medidas que permitam candidaturas a fundos comunitários que apoiem a modernização de um setor que precisa de «muito investimento e muita tecnologia». 

As cerca de mil empresas do setor, que ocupam cerca de 1.300 hectares, muito deles em estufas, empregam cerca de 4.000 pessoas, «quase quatro pessoas por hectare, e é emprego permanente», a que se associa alguma sazonalidade na primavera, e que exige pessoas com formação, declarou. «É um setor que tem muito potencial e que pode fazer muito pela economia portuguesa», disse. 

A edição deste ano da Lusoflora, uma feira para facilitar negócios entre os profissionais e divulgar conhecimento e informação, conta com a presença de 68 expositores. 

Fonte: Lusa

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