Santo Tirso: autarquia lança Bolsa de Terras

bolsa de terras

A câmara de Santo Tirso lança ainda este mês uma Bolsa de Terras Municipais, destinada a ajudar quem está interessado em dedicar-se à agricultura e não tem onde, precisando por isso de contactar com proprietários de terrenos abandonados.

Segundo afirmou o presidente da câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, os terrenos existentes no concelho que estejam disponíveis estão a ser identificados e elencados e a Bolsa de Terras Municipais vai traduzir-se numa espécie de plataforma “online” que os interessados poderão consultar, servindo a autarquia de «mediadora».

«Iniciámos este mandato em tempo de crise e uma das nossas preocupações é como criar emprego e gerar investimento. Constatamos que há procura de jovens que querem regressar à terra e apostar em projetos novos na área da agricultura. Enquanto isso, há proprietários que querem alterar as suas explorações substituindo, por exemplo, a aposta no leite ou na carne», descreveu Joaquim Couto ao explicar o objetivo desta bolsa.

Na prática, trata-se de uma base de dados com informação desde áreas de terrenos, requisitos e formalidades legais, bem como especificidades e características da terra para o cultivo.

Através desta bolsa, os proprietários que não estejam interessados em cultivar um espaço podem encontrar um arrendatário e garantir um rendimento anual. Além de beneficiarem da renda, os «senhorios» deixam de ser obrigados a pagar os custos relativos à limpeza do terreno, de acordo com a lei em vigor.

A câmara assumirá o papel de «facilitadora» no processo burocrático entre o proprietário e quem vai arrendar, mas também terá a tarefa de acompanhar o processo e o novo negócio.

«A bolsa é um cardápio identificativo do que existe. E o investidor tem a vida facilitada se quiser fazer investimento na área, assim como o proprietário acaba por ter vantagens em não ter o terreno abandonado», resumiu Joaquim Couto.

O autarca descreveu que Santo Tirso tem sido visitado por pessoas, às vezes acompanhadas por responsáveis de instituições como a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) ou o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), que procuram saídas profissionais na área da agricultura. Mas estas entidades, disse o presidente da câmara, «não tem dados finos ao nível dos municípios».

A Bolsa de Terras Municipais integra o projeto concelhio "Invest Santo Tirso", um Gabinete de Apoio ao Investidor que a câmara lançou em maio deste ano.

Quando estão passados seis meses sobre a data da criação deste gabinete, Joaquim Couto faz um balanço «muito positivo» do trabalho desenvolvido.

«Temos recebido várias delegações de investidores à procura de informação. Procuram localizações para investimentos novos ou empresas locais que pretendem alargar as instalações. Também procuram saber quais as vantagens que a câmara dá em termos de impostos», contou o autarca.

Joaquim Couto estima que nestes seis meses tenham sido criados em Santo Tirso, distrito do Porto, cerca de 150 novos postos de trabalho, um número que acredita que «no espaço de dois anos» aumentará para as quatro centenas.

Fonte: Lusa

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