Procura pelo imobiliário em meio rural aumentou em 2021

A pandemia mudou a forma como vivemos em inúmeros aspetos. Além do isolamento a que obrigou, o teletrabalho veio reforçar a necessidade de um ambiente habitacional mais calmo e confortável. Como resultado, cada vez mais portugueses procuram imóveis no interior português, trocando um estilo de vida urbano por um ambiente rural. Com a crescente procura de habitação, o Alentejo tornou-se numa das zonas preferidas dos portugueses que procuram uma melhor qualidade de vida, longe da azáfama da cidade.

Mas o que leva efetivamente estas famílias e indivíduos a considerar uma mudança tão acentuada no estilo de vida? Fomos conhecer em maior detalhe alguns dos dados referentes a este aumento e porque pode ser uma tendência a seguir atentamente.

Crescimento acentuado

Segundo um estudo recente da Imovirtual, em 2021 registou-se um crescimento da procura de casa no interior do País. Este foi 51% superior face a 2019 e 14% superior a 2020. Em contrapartida, as zonas metropolitanas registaram uma diminuição de cerca de 35%. Aqui, destaca-se apenas um ligeiro aumento de 7% em 2020, muito aquém da procura antes da pandemia.

Aliado a este crescimento, verificou-se um aumento significativo de 42% na procura de terrenos, com cerca de 28% em herdades agrícolas e 15% em moradias. Apesar dos dados estabilizarem em 2021, continua-se a observar uma grande procura neste segmento do imobiliário.

O maior índice de crescimento verifica-se nos distritos do interior do país, com Guarda, Beja e Portalegre a registarem um aumento superior a 100%. Seguem-se Bragança, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu e Évora com uma taxa de crescimento na ordem dos 95%.

Tendência rural

O isolamento durante a pandemia obrigou a uma crescente consciência da importância do seu espaço habitacional e criou, em alguns casos, uma sensação de clausura. Como tal, muitas famílias portuguesas procuram um modo de vida alternativo. A sua motivação não passa essencialmente por uma casa maior, mas principalmente por viver numa zona com melhor qualidade de vida.

Além disso, o teletrabalho levou à procura de outras condições em termos de espaço, bem como permitiu a deslocação para locais mais silenciosos, mas igualmente acessíveis.

Apesar de Lisboa e Porto continuarem a ser os principais focos do mercado imobiliário em Portugal, a oferta de imóveis diminuiu significativamente, o que levou também a uma pesquisa de propriedades desta tipologia em zonas alternativas. Com taxas de juro mais baixas e uma menor oferta urbana, as atenções viraram-se assim para o meio rural.

Curiosamente, o aumento da procura ocorre principalmente entre os jovens com menos de 24 anos e pessoas acima dos 50 anos, nomeadamente a partir da idade da reforma. Se por um lado, existe uma tendência na procura de uma qualidade de vida melhor e mais tranquila no meio rural, por outro, a pandemia criou também um maior desejo de independência familiar entre os jovens.

Com a agitação do dia-a-dia e um custo de vida cada vez mais elevado, os portugueses procuram usufruir do seu descanso num espaço aconchegante e tranquilo. Juntam-se a estes fatores uma maior necessidade de espaços exteriores e proximidade da natureza. Sem surpresas, o interior do País revela-se agora uma excelente opção habitacional.

Na procura de um estilo de vida mais ecológico e distante da azáfama das cidades, o meio rural parece finalmente ter encontrado a rota apropriada para inverter o fluxo de desertificação que o penaliza há décadas.

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