Prevenir incêndios com produção de carne de cabra

Quintal Holístico - assim se chama o projeto que pretende associar produção de carne de cabra em Modo de Produção Biológico à limpeza de terrenos florestais, e com isso reduzir o risco de incêndios nas florestas portugueses.

A iniciativa é de dois jovens, Filipe Gandra, médico veterinário, e Fábio Jácome, engenheiro do ambiente, que estão agora em fase de angariação de capital para implementarem o projeto na freguesia de Vila Cova, concelho de Barcelos.

«Estamos a desenvolver um projeto que consiste na prevenção de incêndios florestais associado à criação animal sustentável», afirma Filipe Gandra.

Para tornar este projeto uma realidade, a dupla de empreendedores está a recorrer ao crowdfunding (financiamento colaborativo). O financiamento do projeto - Quintal Holístico - foi colocado no site de crowdfunding português PPL e pretende angariar €6000, distribuídos pela aquisição de cercas elétricas (€1.200), reconstrução de um edifício para alojamento dos animais (€1.300) e aquisição das cabras (€3.500).

A campanha já conta com mais de três dezenas de apoiantes para colocar o projeto sobre rodas e prolonga-se pelas próximas duas semanas. Caso consigam obter o financiamento, a iniciativa arrancará dois meses depois. Filpe Gandra adianta que os valores base do projeto são "a sustentabilidade tanto ambiental como na produção animal, defendemos o bem-estar animal na produção incluindo com isso a promoção da saúde animal."

«Todos os anos os fogos florestais destroem milhares de hectares de floresta. Existe pouca gestão dos terrenos florestais, nomeadamente dos matos que crescem sistematicamente e como são materiais combustíveis necessitam de controlo. Com o pastoreio dos caprinos, consegue-se uma redução dos materiais secos combustíveis. Transforma-se em matéria orgânica, que fertiliza os solos, e consequentemente consegue-se uma maior rapidez na regeneração da floresta, principalmente das árvores», informam os promotores.

O projeto visa uma gestão global da floresta, direcionada não só para os materiais arbustivos mas também para as árvores. Isto porque "o fogo pode propagar-se não só através dos matos mas também através das copas das árvores".

«A vegetação mais rasteira pode ser gerida pelos animais. No entanto, a nossa função será promover o equilíbrio entre a intensidade de animais presentes numa determinada área de intervenção e a vegetação. Esta promoção do equilíbrio é importante, pois não pode ocorrer pastoreio excessivo (provoca ausência de refúgio para outros pequenos animais como coelhos, lebres, aves, entre outros e aumenta a probabilidade de erosão de solo) nem deficitário (não reduz o risco de incêndio uma vez que não elimina material vegetal suficiente)», asseguram os jovens empreendedores.

Fonte: Agrotec

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