Preço do pão deverá subir em 2018

O presidente da Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte, António Fontes, disse à Lusa que é expectável que o preço do pão sofra «correções» em 2018, devido ao aumento da despesa do setor.

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«Não há dúvida que nenhuma atividade pode estar sem fazer alguma correção nos preços dos seus produtos durante sete anos sem que isso não tenha reflexos económico-financeiros dentro das empresas. Os combustíveis, entre 2011 e 2017, subiram mais de 50 por cento […], os salários tiveram um crescimento na casa dos 19 por cento, os custos de manutenção, estimamos que tenham superado os 60 por cento e temos ainda os ovos, cujo preço subiu cerca de 50 por cento desde a altura dos incêndios», vincou.

Conforme indica o representante da Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte (AIPAN), apenas a farinha não registou grandes oscilações no valor, sublinhando que, caso esse cenário se tivesse verificado, o número de falências teria sido «muito mais elevado».

Porém, António Fontes admite que a subida dos preços, que não especificou, pode potenciar situações de concorrência desleal. «É verdade que tememos que a concorrência se faça de uma forma muito desigual. As grandes unidades de distribuição fazem-nos uma concorrência feroz […], mas o país não pode perder um setor desta importância, portanto, os empresários têm que tomar alguma atitude», referiu.

De acordo com o presidente da AIPAN, muitas empresas do setor correm, atualmente, o risco de entrarem em falência, sobretudo as que se dedicam, exclusivamente, ao fabrico de pão.

«Estamos a falar de um mercado tradicional, onde a grande maioria das empresas terá até cinco ou dez trabalhadores. Há muitas empresas do setor da panificação que, ao longo dos anos se adaptaram, incluíram a pastelaria, a confeitaria e até serviços de cafetaria e essas, de alguma forma, têm maior sustentabilidade do que aquelas que só operam a partir da panificação, ou seja, micro e pequenas empresas em risco iminente de falirem, ao longo dos próximos tempos», considerou.

Para António Fontes é expectável que a situação «venha a piorar», sobretudo após a entrada de grandes grupos no mercado da panificação.

«É expectável que as coisas venham a piorar. Não conseguimos competir com o pão produzido em máquinas intensivas, que não tem nada a ver com a nossa cultura, no entanto, chama-se pão», concluiu.

Fonte: Lusa 

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