Portugal deve ser ambicioso e manter crescimento nas exportações para Macau

O secretário de Estado adjunto e da Economia disse, em Macau, que Portugal deve ser ambicioso e manter a linha de crescimento dos últimos anos nas exportações para Macau, assegurando, ao mesmo tempo, a proteção do consumidor.

Leonardo Mathias falava na abertura de um workshop, no qual afirmou a importância de Macau no reforço das relações económicas de Portugal na China e na Ásia em geral, e salientou a mais-valia da cooperação institucional.

«Essa importância reflete-se também para a economia portuguesa, na medida em que nos últimos quatro anos houve um crescimento de 20% de empresas exportadoras para Macau: mais de 346 empresas exportam para Macau neste momento e 40% dessas exportações são de produtos alimentares, de notar, o vinho, 14% são de produtos agrícolas, incluindo três pontos percentuais (p.p.) de leite», afirmou.

«Temos de ser mais ambiciosos. Temos de manter esta linha de crescimento de 20 pontos ou mais, temos de manter a capacidade de ligação de mais empresas e produtos virem para o mercado de Macau, mas também temos de assegurar que há um enquadramento institucional de proteção dos consumidores, de regras que possam ajudar aos empresários, quer em Macau, quer através de Macau para o resto da China», acrescentou.

Nesse sentido, o secretário de Estado adjunto e da Economia explicou que a estratégia em curso passa por «potenciar, por um lado, o operador económico, para que possa sentir que pode crescer a nível internacional e, por outro lado, para que tenha consciência e siga as regras e leis dos países para onde exporta e onde faz o seu negócio, que também quer fazer crescer».

Dedicado à abordagem dos desafios na área económica e da segurança alimentar para os operadores económicos e consumidores, o workshop contou com a participação da Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e do Conselho de Consumidores de Macau, que em novembro de 2014 celebraram um protocolo de cooperação.

«Nós viemos da China, onde estivemos com responsáveis da área de segurança alimentar e área económica. Por exemplo, na área da segurança económica, temos no espaço europeu problemas com alguns materiais “made in China” que por vezes não têm certificação ou segurança, por exemplo, os brinquedos, (...) São esse tipo de situações a montante que devemos combater», afirmou o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar.

Na área alimentar, Pedro Portugal Gaspar fez referência à importância dos «canais de comunicação de risco entre os produtos que circulam na área alimentar de importação ou de exportação» e de «ter essa dinâmica com o mercado asiático, e em particular com Macau».

A segurança alimentar foi também destacada pelo presidente do Conselho Geral do Conselho de Consumidores de Macau, Vong Kok Seng, como uma das áreas para a troca de experiências entre ambos os territórios, com vista a melhorar a regulação e «aprofundar capacidades técnicas e administrativas e implementar uma melhor proteção».

«A segurança alimentar nunca foi um tema tão importante como na atualidade em termos de proteção do consumidor, porque a indústria do turismo está a desenvolver-se de forma muito rápida em Macau, assim como a logística», disse.

Para Vong Kok Seng, «isto é ainda mais significativo porque Macau tem como objetivo estabelecer um centro de distribuição para produtos alimentares» entre Portugal e a China, acrescentou, indicando que apesar de não haver ainda uma data para a abertura do referido centro, «os operadores económicos da área alimentar estão entusiasmados».

Os representantes da ASAE vão permanecer em Macau até 14 de maio para reuniões com os organismos locais.

Fonte: Lusa

 

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