Plataforma harmoniza informação no combate a fogos em zonas transfronteiriças

Uma plataforma com informação harmonizada de apoio às operações transfronteiriças de prevenção e combate aos incêndios florestais vai ser disponibilizada em Portugal e Espanha, no fim de março, anunciou um responsável do projeto.

«Os agentes de proteção civil de ambos os países poderão usar informação harmonizada» para a mesma ocorrência, de um lado e do outro da fronteira, disse o investigador Miguel Almeida, da Universidade de Coimbra (UC).

Criada no âmbito do projeto ‘Sistema de Informação Meteorológica para Operações Transfronteiriças entre Portugal e Espanha no Âmbito dos Incêndios Florestais – SpitFire’, a plataforma informática deverá entrar em funcionamento após 31 de março, data em que terminam os estudos.

A plataforma começou a ser desenvolvida há dois anos, em janeiro de 2015, por um consórcio luso-espanhol liderado pela Associação de Desenvolvimento para a Aerodinâmica Industrial (ADAI), a que preside o catedrático Domingos Xavier Viegas, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC.

A plataforma SpitFire visa «aumentar a eficiência das operações de colaboração» entre portugueses e espanhóis no ataque aos fogos florestais transfronteiriços.

A plataforma apoia «a partilha de informação meteorológica e de risco de incêndio harmonizada para as regiões situadas próximo da fronteira», até 35 quilómetros para cada lado.

Os agentes de proteção civil dos dois países passam a poder usar «a mesma informação numa mesma ocorrência», incluindo a previsão meteorológica e de risco de incêndio florestal, baseada nas medições e previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e da Agencia Estatal de Meteorología (AEMET), adiantou Miguel Almeida, da ADAI.

O consórcio coordenado por esta associação científica integra ainda a empresa espanhola Meteogrid, a AEMET, o IPMA e a Autoridade Nacional de Proteção Civil.

«Existe um protocolo de colaboração internacional entre Portugal e Espanha que permite aos agentes de proteção civil de ambos os lados da fronteira atuarem em qualquer incêndio que surja numa faixa de 30 quilómetros sem uma autorização especial, mas apenas dando conhecimento às autoridades de proteção civil do país onde o incêndio está a ocorrer», segundo a ADAI.

Os agentes portugueses poderão intervir na faixa transfronteiriça de 15 quilómetros em Espanha, enquanto os espanhóis têm a mesma possibilidade em Portugal.

«Estas ações colaborativas são consideradas como um bom exemplo a nível europeu. No entanto, a informação usada pelos agentes de cada país é diferente e isto poderá comprometer a boa eficiência das operações de combate», salientou Miguel Almeida.

Se, por um lado, a informação meteorológica e de risco de incêndio usada pelos portugueses é resultante das medições e previsões meteorológicas do IPMA, por outro, a informação homóloga usada em Espanha «é resultante das medições e previsões meteorológicas da AEMET ou de serviços regionais».

A plataforma SpitFire será disponibilizada gratuitamente às entidades que estabeleçam um protocolo de utilização com o consórcio internacional através da ADAI.

Fonte: Lusa 

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