Opinião: A sustentabilidade é uma das palavras de ordem

Opinião de Pedro Queiroz

Pedro Queiroz é diretor-geral da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA)

Pedro Queiroz FIPA

A sustentabilidade é uma das palavras de ordem. Faz parte do léxico de empresas e de governos e define todo um roteiro de futuro da Europa. Sustentabilidade que envolve não só estratégias que promovam a resiliência ambiental e dos ecossistemas, mas que abrange, por inerência, as dimensões económica e social.

É verdade que este não é um tema novo. E é também verdade que, muito em breve - e forçado pelos impactos da pandemia –, a sustentabilidade deixará apenas de ser uma “opção de vanguarda” para passar a ser mandatória. Esse é pelo menos o compromisso que a União Europeia pretende que os Estados-Membros assumam definitivamente, orientados por instrumentos como o Pacto Ecológico Europeu, as estratégias da Biodiversidade e do “Do Prado ao Prato”.

E em que ponto está a indústria dos alimentos e bebidas nesta matéria? Alvo de frequente escrutínio às suas práticas e aos produtos que coloca no mercado, a indústria tem sido pioneira ao atuar com fundamento numa expressão, que agora ganha cada vez mais protagonismo: “sistemas alimentares sustentáveis”.

Significa isto que, nas últimas décadas, as empresas do setor têm definido, e cumprido, metas nas diversas áreas transversais ao conceito de sustentabilidade.

Os exemplos multiplicam-se: o compromisso com a melhoria da pegada ambiental do produto; o combate ao desperdício alimentar; a aposta em parcerias para promover o comércio leal para todos os intervenientes da cadeia de valor; a promoção do diálogo com stakeholders e entidades governamentais e políticas para defesa de um sistema económico e fiscal estável; a otimização do conteúdo nutricional dos alimentos e bebidas; a aposta no esclarecimento ao consumidor para que possa fazer escolhas informadas para uma dieta saudável e equilibrada. Exemplos que não se esgotam aqui.

Contudo, importa destacar que a sustentabilidade de futuro não se alavanca apenas com compromisso das empresas. A base deve estar num trabalho conjunto, multidisciplinar, multissetorial e governamental, de aposta e apoio à investigação e inovação sustentável. É esse o caminho.

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