Melgaço ultima contestação ao alargamento da produção de vinho Alvarinho

A ação judicial de contestação ao alargamento da produção de Alvarinho a todos os concelhos da Região dos Vinhos Verdes (RVV) deverá entrar nos tribunais ainda antes das próximas vindimas, previu o presidente da Câmara de Melgaço.

Manoel Batista adiantou que a «estratégia de contestação» ao alargamento será «afinada» no dia 27 de julho, numa reunião que irá decorrer no edifício da autarquia e que sentará à mesma mesa «o município, os advogados responsáveis pelo processo, e produtores de vinho Alvarinho» do concelho.

Segundo o autarca, trata-se do segundo encontro realizado após a publicação, em maio, em Diário da República (DR), da portaria 152/2015 que veio regulamentar o alargamento da produção de Alvarinho a todos os concelhos da RVV.

«Esta legislação vai entrar em vigor a 1 de agosto, e a partir dessa data temos três meses para formalizar contestação», adiantou.

A Câmara de Melgaço anunciou o recurso à justiça em maio passado após a publicação da nova legislação classificada pelo autarca como um «erro crasso» que resultou de um processo «ferido de ilegalidades, que não serve nem a região nem o país».

A portaria resultou de um acordo alcançado em janeiro de 2015 pelo Grupo Trabalho do Alvarinho (GTA), constituído pelo Governo para negociar a denominação daquele vinho, cuja exclusividade de produção é detida pela sub-região, constituída pelos municípios de Melgaço e Monção.

O acordo alcançado pelo GTA, liderado pela Comissão de Viticultura dos Vinhos Verdes (CVRVV), prevê o alargamento da produção daquele vinho aos 47 municípios que a integra a Região dos Vinhos Verdes (RVV).

Aquele acordo foi aceite por Monção, que tem cerca de 900 hectares de terrenos dedicados exclusivamente à produção daquele vinho.

Já os 600 produtores de Melgaço, acionistas da empresa "Quintas de Melgaço", cuja maioria do capital é detido pela autarquia local, contestam o acordo por considerarem que «prejudica» a sub-região.

A produção de Alvarinho é, até agora, detida em exclusivo por aqueles dois concelhos do Alto Minho, que juntos integram a sub-região demarcada do Vinho Alvarinho, desde 1908.

Fonte: Lusa

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