Marvão: produção de castanha prejudicada pelo tempo e pouca procura

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A produção de castanha na zona de Marvão, no Alto Alentejo, foi este ano prejudicada pelo tempo seco e quente, além de a campanha estar a ser marcada pela pouca procura do mercado, segundo os produtores.

«A campanha está a ser má, devido ao calibre fraco da castanha e à pouca animação do mercado», disse o presidente da Cooperativa Agrícola Cerealicultores de Porto da Espada (CACPE), Fernando Alfaiate.

De acordo com o responsável, a castanha, «pouco podre», mantém «a boa qualidade», mas apresenta um «calibre fraco» por causa do tempo seco durante a primavera e por se ter vivido um verão «demasiado quente».

Com cerca de 20 associados produtores de castanha, a cooperativa de Marvão, a única zona a sul do Tejo onde se verifica a existência de castanheiros, vê predominar nos seus campos as espécies Bária e Clarinha.

Fernando Alfaiate alegou não dispor ainda de números quanto à quebra da produção, uma vez que a campanha continua até à terceira semana de novembro, sobretudo em relação à espécie Clarinha, mas prevê uma redução «muito elevada», o que resulta num «ano para esquecer».

«A perspetiva da campanha quanto à espécie Clarinha poderá ser um pouco melhor, pois as últimas chuvas influenciaram o tamanho, mas não prevemos grande produção devido à má criação do ouriço, cápsula onde se encontra a castanha», explicou.

Além das condições atmosféricas, o presidente da CACPE lamentou a «falta de animação do mercado», considerando que a procura este ano é «muito reduzida».

Em 2014, lembrou Fernando Alfaiate, a castanha foi vendida para o mercado entre «1,20 euros e dois euros o quilo» e para a indústria entre «70 e 80 cêntimos».

No Alto Alentejo, o microclima da Serra de São Mamede, propício à produção de castanha, já levou a que as entidades que tutelam o setor considerassem a castanha de Marvão como de «origem protegida».

Para meados de novembro, está marcada a Feira da Castanha, promovida pelo município e, à semelhança de anos anteriores, a CACPE é a principal fornecedora, com mais de cinco toneladas de castanha.

A 32.ª Feira da Castanha de Marvão, nos dias 14 e 15 de novembro, apresenta-se como a «grande mostra» de produtos locais e regionais, com dezenas de pontos de venda, onde os visitantes podem encontrar também produtos hortícolas, frutos secos, enchidos, queijos, vinhos, licores, azeite, compotas ou doces caseiros, e uma área de restauração.

Pelas ruas da vila histórica, vão estar espalhados quatro magustos onde os visitantes poderão saborear as castanhas assadas e os vinhos produzidos na região.

Fonte: Lusa

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