Leite: agricultores dos Açores satisfeitos com medidas mas querem mais verbas

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O presidente da Federação Agrícola dos Açores considera que a proposta do plano regional de investimentos para 2016 contempla as medidas reivindicadas para o setor leiteiro, mas sublinhou que o reforço de verbas está abaixo do pretendido.

«Saio satisfeito da reunião. Não plenamente satisfeito, mas temos um bom documento de trabalho no sentido de, sendo a agricultura o setor mais importante da Região Autónoma dos Açores, e concretamente o setor leiteiro, sair com algum reforço», afirmou Jorge Rita aos jornalistas, no final do Conselho Regional de Concertação Estratégica, em Ponta Delgada, onde a proposta de investimentos públicos foi apresentada.

A Federação Agrícola dos Açores reivindicava para o próximo ano um reforço financeiro de 20 milhões de euros, mas o aumento será de 11,8 milhões (cerca de 17%).

«Pretendíamos mais. Esta ainda é uma proposta, se calhar ainda vamos tentar fazer um esforço para que haja mais verbas para o setor», admitiu Jorge Rita, referindo-se sobretudo à verba de cinco milhões relativos a medidas específicas para compensar a crise atualmente vivida pelos produtores.

Segundo o responsável, as medidas anunciadas hoje foram precisamente as que tinham sido reivindicadas na última auscultação para a definição das contas regionais, até porque os apoios nacionais e da União Europeia continuam a ser insuficientes.

Jorge Rita mostrou-se ainda satisfeito pela «solidariedade demonstrada por todos» na Concertação Estratégica.

De acordo com a federação, o setor leiteiro nos Açores (responsável por 30% da produção nacional de leite e 50% da produção de queijos) perdeu este ano 30 milhões de euros.

A proposta hoje apresentada pelo Governo Regional prevê para a agricultura cerca de sete milhões de investimentos que «ocorreriam em circunstâncias normais» - como a construção dos matadouros do Faial e da Graciosa e o parque de exposições da Terceira - e perto de cinco milhões para medidas específicas de apoio nesta altura de crise.

Este conjunto de medidas inclui o reforço, já em 2015, do prémio à vaca leiteira em São Miguel e na Terceira, que passa de 145 para 190 euros por cabeça (nas restantes ilhas este já é o montante atribuído), podendo significar um esforço financeiro do orçamento regional até três milhões de euros.

O prémio à vaca leiteira em 2016 em São Miguel fica também estabelecido em 190 euros, verba que já estava prevista para a Terceira para o próximo ano.

O executivo quer também «criar uma linha de crédito de apoio ao pagamento de juros, semelhante a uma que já existiu, a Safiagri, para aliviar custos financeiros das explorações com empréstimos bancários já contraídos», apontou o presidente do executivo, Vasco Cordeiro.

Prevê-se ainda a antecipação do pagamento de 70% do prémio à vaca leiteira, do prémio à vaca aleitante e do prémio aos produtores, «usando dessa forma uma possibilidade aberta pela Comissão Europeia de antecipar o máximo de ajudas possíveis».

A medida envolve um montante de cerca de 8,5 milhões de euros, mas não se refere à entrada de mais recursos no setor, apenas à sua antecipação.

Também o pagamento das medidas ambientais no setor será antecipado em 85%, no final do mês de outubro, «com um significado de cerca de 13 milhões de euros».

Fonte: Lusa 

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