Kiwis miniatura e cenouras roxas são negócios da terra com potencial

Mini Kiwis, cenoura roxa ou iogurte de cabra são produtos em que a oferta mal chega para as encomendas. Há casos em que vai tudo para o estrangeiro.

Está a pensar em arriscar num projeto próprio mas não tem ideias? Conheça as produções nacionais, com mercado e margem de crescimento.

Em comum têm o facto de serem produtos pouco explorados e com procura. Alguns arriscam mesmo a extinção.

kiwis

Mini Kiwis

Não têm pêlo nem pele, são do tamanho das azeitonas verdes e comem-se como se fossem uvas, mas são kiwis. Fortunato da Câmara, autor do livro “Tesouros de origem portuguesa”, garante que não se trata de nenhuma engenharia: «as pessoas pensam que será uma mutação genética, mas não é nada disso, é uma planta selvagem, que foi domesticada».

Cada fruto tem no máximo quatro centímetros e são extremamente ricos em vitamina C, «são muito doces e as crianças adoram», explica.

Em Portugal esta espécie de origem asiática é produzida por um técnico de eletrónica industrial, em Famalicão, que vende praticamente tudo o que cultiva para a Alemanha.

Cenoura pau roxo

Uma surpresa para os olhos e para o paladar, é assim que Fortunato da Câmara descreve este legume, que dá nome à feira anual de janeiro em Castro Verde, a «feira do pau roxo».

É já uma curiosidade da terra, diz, mas «está em risco de se perder, porque eles são dez ou doze pessoas, que produzem 500 a 700 quilos, e vendem quase toda a produção nessa altura». Podiam produzir mais meses e até distribuir.

Fortunato da Câmara sublinha que existem nutrientes na cenoura roxa que não existem na laranja, mas neste caso, trata-se «de um alimento rústico, roxo por fora e laranja por dentro». Além disso, neste caso a cor não altera o sabor.

Iogurte de leite de cabra

«São feitos com muito amor, é uma coisa quase de boutique», garante Fortunato. «São frascos de um tamanho acima do normal, de 350 gramas, é um potezinho de um iogurte de leite de cabra espectacular. Fazem 400 por semana».

A iniciativa é da Associação de Produtores da Cabra Serrana Algarvia, para escoar o leite, e como no algarve «há muitos estrangeiros e massa crítica, teve uma grande procura».

Fortunato da Câmara lembra que já existem em Portugal iogurtes semelhantes à venda, importados da Alemanha, e questiona: «se temos as cabras da serra algarvia, de uma raça autóctone, porque não vamos permitir que se desenvolva uma indústria local?».

Citrinos

Quem já provou garante que tem aroma e acidez únicos. No continente é quase impossível encontrar o limão galego dos quintais dos Açores e mesmo nas ilhas só nos mercados e praças.

Já o yuzu, citrino cultivado na Amareleja, é exportado para as cozinhas de alguns dos melhores chefes do mundo, incluindo no Japão. Com aroma frutado, próximo da tangerina, e acidez delicada, é considerado um alimento raro, caro e de difícil cultivo.

Fonte: Renascença 

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