Governo disponibiliza €18 milhões para melhorar produtividade na plantação de eucalipto

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O Governo vai disponibilizar mais de 18 milhões de euros para melhorar a produtividade na plantação de eucalipto, disse esta segunda-feira o primeiro-ministro, António Costa.

«O grande desafio que temos pela frente é a melhoria da produtividade na plantação do eucalipto. A produtividade média que temos por hectare é baixíssima e temos condições de a melhorar significativamente», afirmou António Costa, na Figueira da Foz, durante a sessão de assinatura de contratos de investimento de 125 milhões de euros com o grupo Altri.

O primeiro-ministro situou a produção actual de eucalipto em cinco toneladas por hectare e frisou que melhorar a produtividade significa «subir significativamente» as áreas produzidas por cada hectare.

Na ocasião, anunciou que durante 2017 o Governo, através do Ministério da Agricultura, vai abrir um concurso de financiamento de mais de 18 milhões de euros «exclusivamente dedicados» a investimentos que permitam a melhoria da produtividade do eucalipto.

António Costa defendeu que o investimento necessário na floresta portuguesa seja feito no aumento da produtividade e «não necessariamente aumentando as áreas de qualquer tipo de povoamento» e que aumentar a produtividade significa uma melhor gestão, melhor ordenamento, melhores espécies e melhores condições de exploração dos terrenos.

O primeiro-ministro frisou que em Portugal «não são só os matos que estão ao abandono, há muita área florestal e muita área de eucalipto também ao abandono», em resposta à intervenção na sessão de Paulo Fernandes, um dos dois diretores executivos do grupo Altri, proprietário das celuloses Celbi e Celtejo, que disse que é um «contrassenso» Portugal ter a «maioria» do seu território ocupado por mato.

O responsável do grupo Altri recusou ainda que a indústria papeleira e de pasta de papel seja adepta de monoculturas e também que o peso do eucalipto na floresta portuguesa esteja a aumentar.

«Não é verdade, o seu peso aumenta numa área florestal cada vez menor» e onde a florestação «é residual, e quando é mato», argumentou Paulo Fernandes, considerando que a «simples proibição» da plantação de novas áreas de eucalipto «preferindo que aí floresça mato, é a todos os títulos pouco recomendável».

«O nosso desafio é o de aumentar a produtividade da floresta de eucalipto mas também rentabilizar áreas abandonadas», argumentou Paulo Fernandes.

O diretor executivo da Altri criticou ainda, sem nomear, aqueles que «sentados em gabinetes e não sabendo o que é a floresta, se limitam a criar obstáculos, como se o piorar das condições de gestão da floresta aproveitasse em favor da sociedade e do país».

Paulo Fernandes concluiu, deixando o aviso que a Altri «está disponível e comprometida a investir em Portugal» mas se o país continuar a «tratar mal» a sua floresta, que designou de petróleo verde, «será sempre mais difícil encontrar racional para esses investimentos».

Fonte: Lusa

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