Fundão: agroindústria fatura €100 milhões

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A Agroindústria e floresta valem cerca de 100 milhões de euros por ano, no concelho do Fundão, representando cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do concelho.

Os números foram, recentemente, divulgados pelo presidente da Câmara do Fundão e demonstram uma aposta crescente nas áreas agrícola e florestal do concelho.

Uma realidade a que não será alheia a conclusão do Regadio da Cova da Beira, um dos maiores investimentos públicos de sempre na região e que melhorou significativamente as condições para a agricultura.

«Um concelho como o nosso com solo, clima e água para produzir cereja, pêssego, maçã, frutos secos, frutos vermelhos e outros é uma terra abençoada para a produção frutícola», considera Paulo Fernandes.

E neste quadro de diversidade operam diferentes gerações de agricultores. «Temos uma geração de agricultores que foram resilientes e conseguiram manter-se no setor e uma nova geração em diálogo», constata o autarca.

«Nestes cerca de cem milhões de euros não estão contemplados os valores associados à comercialização de produtos fitofarmacêuticos, de adubos, de plantas e aos transportes e que, no conjunto, representarão mais alguns milhões», estima o autarca, separando as águas entre produção e serviços associados.

E na fileira do agroindustrial e da floresta, a fruticultura representa a maior fatia. A tradição vem de longe e a tendência continua a ser de crescimento, designadamente no que diz respeito à cereja.

A Câmara estima que a cereja, o pêssego e a maçã correspondam a uma faturação anual da ordem dos 30 milhões de euros, com a cereja a significar a maior parte.

«Só a fileira da cereja deve andar perto dos 20 milhões», adianta o autarca. «A área de cerejeira, pessegueiro e macieira está a crescer no nosso território», confirma o presidente, sublinhando que estão a surgir novas tendências, designadamente nozes, dióspiros, romãs e pequenos frutos que estão a complementar e a diversificar o panorama frutícola do concelho. Paulo Fernandes tem esperança que a notoriedade nacional que a cereja já conquistou possa vir a contagiar outros produtos da região.

Basta um olhar atento pelas explorações agrícolas para perceber que efetivamente a produção de cereja, de pêssego e maçã estão a aumentar, seduzindo novos produtores em diferentes áreas profissionais.

«O trabalho que temos estado a realizar ao nível da valorização da marca “Cereja do Fundão” colocou-nos no radar do investimento agrícola e aproximou a produção dos mercados e dos consumidores», diz o presidente. A fruticultura ocupa posição de relevo no quadro da economia concelhia, contribuindo decisivamente para o rendimento de numerosas famílias.

É a fileira com maior peso económico no setor agroindustrial da região. Só a produção anual de cereja ronda uma média de 7 mil toneladas. E o negócio continua a crescer com o desenvolvimento de novos produtos na área das compotas, da pastelaria e restauração.

Queijo

De acordo com as projeções do Município, a produção de queijo é outra atividade relevante no território concelhio, com um total de «44 queijarias em laboração».

«O queijo gera um valor anual que rondará os 25 milhões de euros», garante o presidente da Câmara, explicando que o critério utilizado para apurar aquele montante tem por base a capacidade instalada de algumas queijarias.

«Cada queijaria que inaugurámos este ano no Parque Agroindustrial da Gardunha Sul tem uma capacidade de produção anual superior a um milhão de queijos, o que representará um valor da ordem dos 5 milhões em cada uma delas», refere Paulo Fernandes, lembrando que existem mais quatro dezenas de queijarias no concelho, e que significarão um negócio anual que rondará os 25 milhões de euros.

Menor impacto económico no PIB (concelhio) terão o vinho e o azeite. Ainda assim, a Câmara considera que esses dois subsetores possam valer cerca de cinco milhões de euros. As projeções, explica o presidente, são feitas em função das áreas ocupadas e da produção média por hectare.

No negócio associado à fileira agroindustrial entra também a transformação da fruta, (compotas e afins) que, de acordo com números do município, deverá valer, atualmente, cerca de dois milhões de euros.

Outros cinco milhões são provenientes de produtos relacionados com a atividade agroflorestal, incluindo a produção de mel e cogumelos, a par da primeira transformação da madeira.

Três milhões é quanto o município estima que valha a produção de cereais e de forragens e em que se destaca, naturalmente, o milho com mais área e maior produção. A horticultura valerá cerca de dois milhões e, ainda segundo estimativas da Câmara, os pequenos frutos, (framboesas, amoras, morangos e mirtilos) já deverão significar um negócio de mais de dois milhões. Finalmente as castanhas, os figos, as romãs, dióspiros, ameixas e nozes, que, por enquanto, têm menor expressão, deverão faturar por ano um milhão de euros.

Fora das contas ficam outros números importantes. «Está por contabilizar tudo aquilo que diz respeito à comercialização de produtos e serviços para a agricultura», salvaguarda o presidente da Câmara, referindo o exemplo de uma empresa do Fundão – a UNITOM- que, só na área do tomate, comercializa cerca de 50 milhões de euros por ano.

Fonte: Jornal do Fundão
 

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