FENAPECUÁRIA pede apoio urgente para alavancar o setor

A FENAPECUÁRIA e as suas organizações estão a ser confrontadas com um dilema. Se por um lado têm por objetivo aumentar o grau de autoaprovisionamento de carne, uma pretensão que se insere nas políticas de redução da pegada de carbono ambiental, uma vez que não se produz o suficiente para satisfazer as nossas necessidades enquanto pais; por outro, carecem de medidas que apoiem e subsidiem o seu setor de forma a reestruturar e alavancar os negócios locais, tão afetados com a crise económica.

FENAPECUÁRIA

O presidente da Federação, Idalino Leão, crê que «deve ser um desígnio nacional defender e garantir a nossa soberania alimentar e, naqueles produtos que formos capazes de aumentar o nosso grau de aprovisionamento, como a carne, devemos fazê-lo pois temos condições naturais, saber e conhecimento instalado para isso mesmo».

Segundo comunicado de imprensa da entidade, "esta é a oportunidade para reforçar e fortalecer o setor, um setor que gera riqueza, que cria emprego e que produz alimentos para sustentar o país". Contudo, defendem que, para que isso seja exequível, "é urgente que haja um envolvimento e um compromisso de cooperação a nível político que aliviem as sobrecargas ao nível dos custos de produção e manutenção da atividade pecuária".

A Fenapecuária reivindica, por isso, a redução dos custos fixos de energia em toda a fileira produtiva (eletricidade e gasóleo) nas explorações agrícolas, a denominada Eletricidade Verde, nas Cooperativas Agrícolas e nas Associações de Agricultores, na Agroindústria e Indústrias Alimentares.

Trata-se de uma proposta antiga do setor e que, apesar de já ter sido anunciada (em parte) pelo Governo, no Orçamento Retificativo do verão passado, até hoje a tutela não deu instruções quanto à sua execução, nem tão pouco houve quaisquer indicações quanto à sua execução nas discussões relacionadas com o Orçamento de Estado 2021.  Mais acrescentamos que, para tenha efeitos práticos, esta medida tem que ter efeitos retroativos ao início do ano de 2020.

Outra questão alvo de polémica tem a ver com o Código dos Contratos Públicos, que a FENAPECUÁRIA defende ser necessária de forma a facilitar a aquisição de bens agroalimentares nacionais para os refeitórios públicos. Esta medida traduzir-se-ia em significantes benefícios em toda linha e, uma vez mais, também na redução da pegada de carbono, por via da redução do peso dos transportes.

Desmantelamento do Ministério da Agricultura rejeitada pelas organizações agrícolas

A Fenapecuária continua irredutível e convicta de que o desmantelamento do Ministério da Agricultura só irá prejudicar a defesa do bem-estar animal por via da redução de competências pela DGAV.

Apesar desta matéria reunir consenso de todas as organizações agrícolas e partidos políticos com assento na Comissão da Agricultura e Mar, a tutela «não quer ouvir e envolver o setor nas decisões», destaca Idalino Leão, reforçando o seu apelo a «uma alteração de postura da tutela relativamente a esta matéria, quando até a Organização Internacional dos Veterinários define como um mau caminho».

A Academia Sueca entregou o Nobel da Paz ao Programa Alimentar da ONU, numa mensagem clara para a sociedade onde refere que devemos honrar quem nos alimenta, «é isso que queremos continuar a fazer, produzir alimentos seguros para todos».

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