Por: António Martins, COTESI
Estamos perante um novo ciclo agrícola, com uma produção primária mais especializada a surgir por todo o território nacional, caminhamos diariamente no sentido do melhoramento e da otimização dos métodos de produção e dos conhecimentos técnicos.
Sabemos hoje que não existem zonas boas ou más, mas sim zonas distintas e que cada região apresenta um potencial específico para determinada atividade agrícola devido às suas características geomorfológicas e climatéricas.
Falando de uma forma generalista podemos dizer que o nosso território nacional muda cada 40km, seja para norte ou para sul, para o interior ou para o litoral. Dispomos de solos com recursos hídricos e ótimas condições de luz, com potencialidades para a produção e ainda muitas zonas com terras virgens.
Existe também um enorme leque de microclimas e este conjunto de fatores posicionam Portugal num lugar de destaque para poder continuar a produzir, crescendo e melhorando, nomeadamente na vertente frutícola e hortícola (nunca esquecendo todos os outros setores tão preciosos e que nos caracterizam como um país agrícola e de tradições rurais).
Acreditamos que, com a correta utilização de telas e com um investimento reduzido, é possível a criação de ambientes específicos e a produçao em zonas novas e em épocas do ano tradicionalmente não produtivas devido a fenómenos climáticos tais como frio, geada, excesso de sol ou temperaturas elevadas.
No capítulo da fruticultura, os pequenos frutos e os frutos vermelhos ganham cada vez mais o seu lugar na nova agricultura e a COTESI S.A. tem desenvolvido um trabalho de grande relevância neste Setor. Já são perfeitamente conhecidas e praticadas as nossas soluções, nomeadamente:
› A utilização de telas de solo nos camalhões, nas parcelas com cobertura total, no chão das estufas e dos túneis;
› A condução e tuturação de pequenos frutos com Arame Polyester de 1,8mm ou 2,0mm em ambientes protegidos ou de 2,2mm ou 2,6mm em sistemas a campo e a condução com arames de 2,6mm e 3mm para a vinha e o olival intensivo;
› A proteção Anti-Pássaros e Anti-Granizo na Vinha e nos Mirtilos;
› Os sistemas de montagem de estruturas com postes e acessórios COTESI.
No entanto, neste artigo vamos dar destaque a outro aspeto da proteção agrícola, actualmente com grande importância : a proteção solar e anti-escaldão em Amoras, Framboesas, bem como noutros pequenos frutos.
Ensombramento Técnico em Pequenos Frutos
As culturas como Framboesas, Amoras, Groselhas e Morangos são muito sensíveis ao sol e às altas temperaturas, especialmente quando combinadas com dias ou ambientes secos. O verão em Portugal é quente, praticamente em todo o território, mas particularmente nas zonas interiores do Alentejo e Ribatejo, a temperatura sobe acima dos 35º. Estatisticamente verifica-se que a maioria destas temperaturas ocorrem em junho, julho e agosto e coincidem com o período de maior risco nas amoras e framboesas, época em que estes frutos estão mais vulneráveis aos estragos por queimaduras, na fase de floração, acastanhamento do fruto e maturação.
As nossas telas de proteção solar para pequenos frutos protegem as colheitas, não através do efeito tradicional das telas de sombra não técnicas que produzem sombra e ocultação, mas sim através da criação de um ambiente seguro e de um ensombramento parcial muito controlado, combinado com alguma refração da luz.
A escolha do tecido adequado à proteção de uma determinada cultura deve ser muito criteriosa, para que a colheita seja garantida. Nas amoras e framboesas desprotegidas, o escaldão, as queimaduras e a desidratação estragam cerca de 60%-70% da fruta duma campanha e, além disso é sabido que, bastam 3 dias com temperaturas acima de 35ºC para destruir praticamente por inteiro uma produção. Este tipo de danos são muitíssimo sérios, em alguns casos as bagas nem chegam a encher totalmente nem a mudar de cor, o desenvolvimento é simplesmente abortado. Por outro lado, o ensombramento excessivo é igualmente não desejado, porque embora não cause perdas diretas vai interferir negativamente nos mecanismos fotossintéticos e no tipo de crescimento, produzindo plantas alongadas e finas, criando assim desequilíbrios e competição com os rebentos presentes nas zonas mais inferiores. Vai inevitavelmente causar também atrasos nas maturações e consequentemente na respetiva colheita. Em último caso pode mesmo influenciar os ciclos seguintes.
Há assim que ter em conta vários fatores quando optamos por colocar este tipo de proteções, e a escolha do tecido, cor e dimensão da tela deve ser muito rigorosa, bem como a data da abertura das telas.
Pensamento Final
A proteção indicada para uma exploração deve ser avaliada caso a caso, havendo aspetos fundamentais a considerar:
› Localização geográfica (litoral ou interior, norte ou sul)
› Cultura (Framboesa, Amora, Groselha, Morango)
› Variedade (precocidade, data de maturação/colheitas, rusticidade)
› Exposição solar (nascente ou poente, existência ou não de sombra natural)
› Sistema de produção (túnel, estufa, sistema a campo, combinação com outros tecidos ou plástico UV)
Com parcelas protegidas nas mais diversas combinações dos fatores acima referidos podemos ajudar e aconselhar o produtor, posicionando-nos como seu verdadeiro parceiro. Dispomos das telas Ref. 40% nas medidas mais procuradas e adaptadas aos correntes sistemas de Produção.
Em conclusão, estamos ao dispor dos produtores e continuamos a trabalhar no sentido de podermos fornecer soluções testadas e apropriadas às necessidades de cada cultura. Esperamos ter as culturas de Amoras e Framboesas devidamente protegidas e aptas para produzirem as deliciosas bagas que os consumidores tanto apreciam.