Diversidade e relações genéticas no cultivar ‘Amaral’ das regiões ‘Vinhos verdes’ e ‘Lafões’

artigo científico

Diversidade e relações genéticas no cultivar ‘Amaral’ das regiões ‘Vinhos verdes’ e ‘Lafões’

Por: Isaura Castro1, Juan Pedro Martín2, Jesús María Ortiz2, Maria Teresa Mota3, Vanessa Ferreira1, Olinda Pinto-Carnide1
1 Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia, Centro de Genómica e Biotecnologia, UTAD.
2 Dpto. de Biología Vegetal, Escuela
Técnica Superior de Ingenieros Agrónomos, Universidad Politécnica de Madrid.
3 Estação Vitivinícola Amândio Galhano/ Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.

RESUMO

Nos últimos anos, tem aumentado o interesse pela diversidade de cultivares de videira portugueses, dado que a Península Ibérica foi considerada um centro de domesticação desta espécie. Portugal possui uma grande riqueza em cultivares de videira, com valores iguais ou superiores a outros importantes países produtores de vinho.

Foram analisados doze marcadores SSR em 33 amostras, supostamente do cultivar ‘Amaral’, colhidas nas Regiões Demarcadas dos ‘Vinhos Verdes’ e ‘Lafões’. Os nomes presentes no material analisado variaram entre ‘Amaral’, ‘Azal Tinto’ e ‘Sousão Galego’. No total das amostras, foram detetados oito genótipos diferentes. A maior parte das amostras possuía o genótipo atribuído a ‘Amaral’. Contudo, foram encontradas três amostras com identificação errada e quatro genótipos foram considerados desconhecidos, pois não foi possível atribuir-lhes uma designação de cultivar. Os cultivares ‘Vinhão’, ‘Melhorio’ e ‘Touriga Nacional’, mal identificados, e os quatro genótipos desconhecidos, ‘Azal Tinto’ (AT2203 e AT 2206 com igual genótipo), ‘Amaral’-1, ‘Amaral’-2 e ‘Sousão Galego’, partilham com o genótipo ‘Amaral’ pelo menos um alelo em cada um dos 12 loci SSR analisados.

As amostras AT2203 e AT2206 foram consideradas como possíveis descendentes de ‘Amaral’ e ‘Folgasão’ e a amostra ‘Amaral’-2 resulta, provavelmente, do cruzamento entre ‘Amaral’ e ‘Pedral’.

O elevado número de sinonímias que são atribuídas ao cultivar ‘Amaral’, como ‘Azal Tinto’, ‘Azar’, ‘Cainho’ ou ‘Sousão Galego’ e o facto de este cultivar ter relações de parentesco com vários cultivares, sugere que ‘Amaral’ tenha sido um cultivar muito importante no passado no Noroeste da Península Ibérica.

Palavras-chave: cultivares autóctones; microssatélites; parentescos; sinonímias; Vitis vinifera L.

INTRODUÇÃO

A cultura da videira (Vitis vinifera L.) apresenta uma grande diversidade, havendo referências entre 6.000-10.000 cultivares (Galet 2000). Contudo, estimativas baseadas em resultados de DNA, apontam cerca de 5.000 cultivares, muitos deles relacionados entre si (This et al. 2006).

A identificação de sinonímias, homonímias e designações incorretas das variedades de Vitis vinifera L. é assim um dos objetivos a nível mundial. A aplicação de técnicas moleculares rápidas e fidedignas, associada à ampelografia, permite a identificação de germoplasma de videira (Ortiz et al. 2004).

Os microssatélites (Simple Sequence Repeats, SSR), um marcador codominante, cujo polimorfismo revela variações entre genótipos no número de repetições de sequências de nucleótidos repetidas , é uma das técnicas mais usadas para caraterização molecular de plantas (Wünsch e Hormaza 2002). A alta reprodutibilidade dos SSRs, comparada com outros marcadores, permite uma aceitação e confiança nos resultados obtidos em diferentes laboratórios.

Em dois projetos europeus, GENRES081 e GRAPEGEN06, foram definidos conjuntos de microssatélites para identificar cultivares de videira. A “Liste des Descripteurs OIV pour les Variétés et Espèces de Vitis” estabelecida pela “Organisation Internationale de la Vigne et du Vin” (OIV) na sua segunda edição inclui os seguintes descritores SSR: VVS2, VVMD5, VVMD7, VVMD27, VrZAG62 e VrZAG79 (descritores 801 a 806) (OIV 2009).

Recentemente, e dado que a Península Ibérica tem sido considerada como um centro de domesticação da videira, tem-se verificado um grande interesse pela diversidade dos cultivares portugueses (Arroyo-García et al. 2006). Portugal possui uma grande riqueza em cultivares de videira, com um número igual ou superior a outros importantes países produtores de vinho. Martins (2009) refere 2,7 castas autóctones por quilómetro quadrado em Portugal, comparativamente com 1,0 em Itália, 0,43 em Espanha, 0,42 em França e 0,07 na Alemanha.

Várias homonímias, e especialmente sinonímias, têm sido detetadas entre material de Portugal e Espanha (Pinto-Carnide et al. 2003; Santiago et al. 2005; Martín et al. 2006; Castro et al. 2011; Martín et al. 2011). Os cultivares ‘Amaral’ e ‘Caiño Bravo’ (de Espanha), representam um destes casos de sinonímias na Península Ibérica (Martín et al. 2006).

Presentemente, o cultivar ‘Amaral’ é cultivado principalmente no Noroeste de Portugal, nas regiões Demarcadas dos ‘Vinhos Verdes’ e ‘Lafões’. A região DOC ‘Vinhos Verdes’, junto da Galiza, está dividida em nove sub-regiões (Fig. 1), sendo o cultivar ‘Amaral’ recomendado para produção de vinhos tintos com designação DOC ‘Vinhos Verdes’ em sete sub-regiões. Em ‘Lafões’, este cultivar tem de representar, em novas plantações, pelo menos 40 % do total de variedades para produção de vinhos tintos. No entanto, já em 1531 havia referência a vinhos amarais (Fernandes 1531 cit. por Oliveira 2012).

Têm sido atribuídas várias sinonímias ao cultivar ‘Amaral’, nomeadamente ‘Sousão Galego’, ‘Azar’, ‘Azal Tinto’, ‘Cainho Bravo’, ’Cainho Miúdo’ e ‘Cainzinho’ (Mota e Silva 1986). Numa prospeção dos cultivares de videira cultivados em Portugal, no início do século XX (Bravo e Oliveira 1916), encontram-se designações similares (‘Amaral’, ‘Azar’, ‘Azal Tinto’, ‘Cainho’, ‘Cainho Meudo’ e ‘Sousão Galego’).

Com base na análise de doze loci microssatélites, Castro et al. (2011) consideraram ’Amaral’ e ‘Sousão Galego’ como cultivares diferentes, embora partilhassem os mesmos alelos nos loci VVMD5, VVS2, VVIv37 e VVMD32, e um alelo em cada um dos outros oito loci SSR analisados. Parece assim que, provavelmente, terão uma relação de parentesco.

‘Azal Tinto’ foi considerado, na legislação anterior a 2000, um cultivar diferente de ‘Amaral’, sendo então o nome mais comummente atribuído na Região dos ‘Vinhos Verdes’. O Decreto-Lei N.º 10/92 dos Estatutos da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) inclui as duas designações, ‘Azal Tinto’ e ‘Amaral’, como cultivares diferentes. Atualmente, dada a existência de uma casta branca ‘Azal’ na região dos ‘Vinhos Verdes’ que nada tem de comum com ‘Azal Tinto’ optou-se por apenas a designação ‘Amaral’ aparecer na lista Portuguesa de cultivares de videira para produção de vinho (Portaria N.º 380/2012 de 22 de novembro).

Dada esta controvérsia, com este trabalho pretendeu-se estudar a relação entre genótipos, supostamente próximos e o seu parentesco, esclarecendo as relações de sinonímias e homonímias existentes. Foram colhidas 33 amostras em 4 coleções de germoplasma, cultivadas com diferentes nomes (‘Amaral’, ‘Azal Tinto’ e ‘Sousão Galego’), e analisadas através da amplificação de 12 loci microssatélites.

MATERIAL E MÉTODOS

A lista de material estudado, o local de colheita e o seu local de origem, quando conhecido, apresentam-se no Quadro 1 e na Figura 1.

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A designação UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) refere-se à coleção da universidade em Vila Real; EVAG (Estação Vitivinícola Amândio Galhano) à coleção dos ‘Vinhos Verdes’ em Arcos de Valdevez, na sub-região Lima; INRB (Instituto Nacional de Recursos Biológicos) à Coleção Ampelográfica Nacional situada em Dois-Portos, Torres Vedras; Qta Soutelo (Quinta de Soutelo) corresponde a uma vinha privada, situada na sub-região dos ‘Vinhos Verdes’, Basto, que faz parte do programa de seleção clonal português (campo de multiplicação clonal) com material colhido nas regiões dos ‘Vinhos Verdes’ e ‘Lafões’.

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As amostras são todas das regiões dos ‘Vinhos Verdes’ e ‘Lafões’, nomeadamente dos locais onde o cultivar ‘Amaral’ é mais cultivado, inclusive as colhidas nas coleções de germoplasma da UTAD e do INRB.

O grupo principal de amostras tem a designação ATxxxx, e corresponde a supostos clones designados de ‘Azal Tinto’ na Qta de Soutelo.

As folhas foram colhidas no campo, congeladas e conservadas a -80°C. O DNA foi extraído a partir do material congelado, segundo o protocolo “NucleoSpin® Plant II Kit” (Macherey-Nagel, Düren, Germany). O DNA foi quantificado em géis de agarose a 1,0%, comparando a intensidade das bandas com as de DNA de concentração conhecida.

Foram analisados um conjunto de 12 loci SSR (Quadro 2), incluindo seis recomendados pela OIV (VVS2, VVMD5, VVMD7, VVMD27, ssrVrZAG62 e ssrVrZAG79) que correspondem aos descritores OIV801 a OIV806 (OIV 2009), bem como VVMD28, VVMD32 (Bowers et al. 1999a), VVIv37, VVIv67, VVIp31 (Merdinoglu et al. 2005) e VMC4f3 (Di Gaspero et al. 2000).

Um primer de cada par foi fluorescentemente marcado com o 6-FAM (azul), TET (verde) ou HEX (amarelo).

As condições da PCR foram as descritas em Castro et al. (2011). Os produtos amplificados foram separados por eletroforese capilar (ABI PRISM modelo 310, PE Applied Biosystems, CA, U.S.A.). Foi incluído como marcador o GENESCAN-350 TAMRA (PE Applied Biosystems, CA, U.S.A.) e os produtos marcados foram analisados com o software Peak Scanner (PE Applied Biosystems, CA, U.S.A.).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amplificação dos 12 loci microssatélites em 33 amostras permitiu a identificação de oito genótipos diferentes e 52 alelos (Quadro 2).

Das 33 amostras, vinte e três apresentaram o mesmo genótipo, o qual corresponde ao descrito por Pinto-Carnide et al. (2003), com base nos seis loci SSR da OIV, para o cultivar ‘Amaral’.

Foram encontrados quatro padrões SSR nas cinco amostras designadas ‘Amaral’-1, ‘Amaral’-2, ‘Sousão Galego’, AT2203 e AT2206 (estas duas últimas com o mesmo genótipo). Estes padrões SSR obtidos foram comparados com resultados já publicados em cultivares Portugueses (Lopes et al. 1999, 2006; Almadanim et al. 2007; Castro et al. 2011) e com a base de dados de microssatélites (http://www.sivvem.monbyte.com/sivvem.asp), não tendo sido encontrada qualquer identificação, pelo que foram considerados desconhecidos. Contudo, todos eles partilham pelo menos um alelo em cada um dos 12 loci amplificados com o cultivar ‘Amaral’.

Foram identificadas cinco amostras com designações erradas correspondentes aos cultivares ‘Melhorio’, ‘Vinhão’ e ‘Touriga Nacional’. As amostras da UTAD, INRB e o clone AT0903 apresentaram o mesmo padrão SSR (Quadro 2) que o cultivar ‘Melhorio’ (Castro et al. 2011). Provavelmente, a origem do erro foi a incorreta identificação do clone AT0903 que foi enviado para o INRB e mais tarde para a UTAD. Os clones AT6110 e AT6112, ambos provenientes de Oliveira de Frades, foram identificados como ‘Vinhão’ e ‘Touriga Nacional’, respetivamente. Estes erros não são totalmente incompreensíveis dado que os três cultivares, ‘Melhorio’, ‘Vinhão’ e ‘Touriga Nacional’, têm características morfológicas idênticas ao ‘Amaral’ e partilham com ele pelo menos um alelo em cada um dos 12 loci, denunciando algum parentesco.

p66 qua2

‘Melhorio’ é um cultivar minoritário e antigo, que no séc. XIX e início do séc. XX estava restrito à sub-região Basto dos ‘Vinhos Verdes’ (Gyrão 1822; Bravo e Oliveira 1916). De acordo com Cardoso (1985), a casta ‘Touriga Nacional’ é designada erradamente de ’Amaral’ em algumas regiões Portuguesas. ‘Vinhão’ é um cultivar tinto de alta qualidade, sendo o mais utilizado na região dos ‘Vinhos Verdes’ e recomendado em todas as sub-regiões; é o 'Sousão' da região do Douro e o 'Sousón' da Galiza (Martín et al. 2006; Castro et al. 2011).

‘Amaral’ é sinónimo do cultivar espanhol 'Caiño Bravo' (Martín et al., 2006). Outros cultivares Espanhóis, 'Caiño Tinto', 'Caiño Blanco' e 'Caiño do Freixo', têm sinonímias Portuguesas, respetivamente, 'Borraçal', 'Cainho de Moreira' e 'Espadeiro Mole' (Pinto-Carnide et al. 2003; Santiago et al. 2005; Martín et al. 2006; Castro et al. 2011). Os cultivares com a designação de ‘Caiño’, usada como sinónimo de ‘cacho mísero, mesquinho, canino, próprio do cão’ (Mota, in press) são bastante frequentes e cultivados desde há muito em Espanha. Casares (1843) refere 'Caiño Arnoés' e 'Caiño Rubio' como cultivares importantes na Galiza devido à qualidade das suas uvas.

Um estudo recente de Díaz-Losada et al. (2011) refere um grande número de cultivares com relações de parentesco com o cultivar 'Caiño Bravo' (syn. ‘Amaral’). 'Caiño Blanco' (syn. 'Cainho de Moreira') é descendente do cruzamento entre 'Albariño' (syn. 'Alvarinho') e 'Caiño Bravo' (syn. ‘Amaral’) e os cultivares 'Loureira' (syn. Loureiro), 'Caiño Redondo', 'Caiño Longo' e 'Sousón' (syn. ‘Vinhão’) partilham um grande número de alelos com 'Caiño Bravo' nos 33 loci SSR analisados por aqueles autores.

Nos cultivares analisados neste estudo, bem como num trabalho anterior (Castro et al. 2011), a amplificação dos 12 loci permitiu a deteção de vários cultivares com uma relação provável de parentesco com ‘Amaral’, nomeadamente ‘Melhorio’, ‘Borraçal’, (syn. 'Caiño Tinto'), ‘Touriga Nacional’, 'Loureiro' (syn. 'Loureira') e ‘Vinhão’ (syn. Sousón).

Considerando que as amostras desconhecidas (‘Sousão Galego’, ‘Amaral’-1, ‘Amaral’-2, AT2203 e AT2206) partilham pelo menos um alelo, em cada locus, com o cultivar ‘Amaral’, tentou-se encontrar, em bases de dados e outras publicações, cultivares que juntamente com ‘Amaral’ pudessem ser progenitores destes genótipos desconhecidos.

No Quadro 3 apresentam-se os padrões SSR de possíveis progenitores que, cruzados com o cultivar ‘Amaral’, tenham originado estes genótipos desconhecidos. ‘Amaral’-2, colhido na EVAG, pode ter resultado da hibridação entre ‘Amaral’ e 'Pedral' (sinonímia do cultivar Espanhol 'Pedrol', Martín et al. 2006) e AT2203 e AT2206, considerados erroneamente, clones de ‘Amaral’ e partilhando entre eles o mesmo genótipo desconhecido, podem ser descendentes do cruzamento entre ‘Amaral’ e 'Folgasão' (o cultivar Espanhol 'Cagarrizo', Martín et al. 2011).

p66 qua3

Myles et al. (2011) sugerem que a diversidade genética da V. vinifera está envolvida numa complexa rede de relações de parentesco obtida do cruzamento entre cultivares elite. Estes autores verificaram que, de 583 cultivares, 74,8 % tinham uma relação de primeiro grau com pelo menos outro cultivar.

A cultivar 'Traminer', por exemplo, tem 20 relações de parentesco em primeiro grau; 'Chenin Blanc' e 'Sauvignon Blanc' são possivelmente cultivares irmãos e ambos partilham uma relação pai-filho com 'Traminer'; dois dos cultivares mais comuns de Rhône Valley em França, 'Viognier' e 'Syrah', são possivelmente irmãos (Myles et al. 2011) e os cultivares 'Pinot' e 'Gouais Blanc' são progenitores de 16 cultivares Franceses (Bowers et al. 1999b). Em cultivares Portugueses também são referidas algumas relações de parentesco, nomeadamente: o cruzamento de 'Malvasia Fina' com 'Síria' terá originado ’Boal Ratinho’ (Lopes et al. 1999); 'Malvasia Fina' cruzado com 'Esgana Cão' originou o cultivar ‘Cercial’; ‘Cayetana’ e ‘Alfrocheiro Preto’ serão os progenitores dos cultivares ‘Cornifesto’, ‘Camarate’, ‘Mouratón’, ‘Malvasia Preta’ e ‘Periquita’ (Zinelabidine et al. 2012); ‘Lusitano’ é possivelmente descendente de 'Castelão Francês' e 'Alicante Henri Bouschet' (Lopes et al. 2006). Recentemente, ‘Touriga Nacional’ e 'Marufo' foram identificados como progenitores de ‘Touriga Franca’ e, provavelmente, também de 'Tinta Barroca' (Castro et al. 2011).

CONCLUSÕES

Este trabalho realça a necessidade da identificação correta de cultivares em coleções de germoplasma uma vez que foram observadas algumas identificações erradas. O grupo principal de amostras cultivadas com o nome de ‘Amaral’ corresponde a um mesmo genótipo. Contudo, as amostras ‘Amaral’-1, ‘Amaral’-2, ‘Sousão Galego’ e AT2203 e AT2206 correspondem a quatro novos genótipos. Além disso, em cada um dos 12 loci SSR analisados, estas amostras partilham pelo menos um alelo com o cultivar ‘Amaral’.
Este estudo permitiu concluir que o cultivar ‘Amaral’ está fortemente relacionado, com diferentes relações de parentesco, com outros cultivares e, portanto, provavelmente representa um cultivar antigo amplamente utilizado no passado.

A versão resumida deste trabalho foi publicada como:
Castro, I., Martín, J.P., Ortiz, J.M., Mota, M.T., Pinto-Carnide, O., 2012. The Portuguese grapevine cultivar 'Amaral': synonymies, homonymies and misnames. Vitis, 51 (2): 61-63.

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