Crédito Agrícola gera 86,5 milhões de euros de resultados

No exercício de 2020, período fortemente marcado pela pandemia provocada pelo coronavírus (Covid-19), o Grupo Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido consolidado de 86,5 milhões de euros, valor equivalente a uma rentabilidade dos capitais próprios médios (ROE) de 4,9%, resultado que compara com os 131,5 milhões de euros registados em 2019. Apesar do cenário macroeconómico ditado pelos riscos associados à pandemia, incluindo o regime aplicável às moratórias, observou-se um reforço da solvabilidade do Grupo refletida num rácio Common Equity Tier 1 de 18,0% .

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O produto bancário do Grupo aumentou 27,9 milhões de euros (+5,2% face a 2019) passando de 541,5 milhões de euros em 2019 para 569,4 milhões de euros em 2020. Para esta evolução contribuíu essencialmente a manutenção da margem financeira (+0,8% face a 2019) e o aumento dos resultados de operações financeiras, de 54,1 milhões de euros em 2019 para 92,4 milhões de euros em 2020.

No negócio bancário, a carteira de crédito bruto a clientes ascendeu a 11,3 mil milhões de euros. Um aumento de 6,1% face a 2019, que superou a evolução do mercado (crescimento de 4,8% ), valor que consubstanciou um reforço de quota de mercado em 0,1 p.p., que se fixou em 5,8%. Esta evolução resultou do crescimento de 8,6% no crédito a empresas e administração pública (de 6,5 mil milhões de euros em 2019 para 7,0 mil milhões de euros em 2020) e de 2,1% no crédito a particulares (+88 milhões de euros face ao período homólogo de 4,1 mil milhões de euros para 4,2 mil M€).

O crescimento no crédito concedido refletiu o apoio disponibilizado às famílias e empresas clientes do Grupo CA no actual contexto da crise do Covid-19. No final de dezembro de 2020, as moratórias aprovadas pelo Crédito Agrícola totalizavam 2.654 milhões de euros, dos quais 76,5% concedidas a empresas, 14,5% referentes a crédito à habitação e 9,0% a outros créditos a particulares, num total de 31.572 contratos.

O Crédito Agrícola concedeu 264,4 milhões de euros ao abrigo das linhas de crédito protocoladas COVID-19 com garantia do Estado, apoiando desta forma 3.758 empresas nacionais.

Em relação ao rácio de Non-Performing Loans (NPL), calculado de acordo com a Instrução 20/2019 do Banco de Portugal, registou uma evolução favorável em 2020 para 8,1% comparando com os 9,2% em 2019 (-58,1M€ milhões de euros de stock). O nível de cobertura de NPL por imparidades de crédito alcançou os 43,7% e o nível de cobertura de NPL por imparidades e colaterais os 136,5%. Ainda no tocante a activos não produtivos, em 2020, a exposição a activos imobiliários, directa e indirecta, reduziu em 11,6% (-61,0 milhões de euros) para o valor de 463M€.

O custo do risco no negócio bancário do Grupo aumentou para 0,48% (de -0,02% em 2019), considerando o reforço líquido de imparidades e provisões em 72,4 milhões de euros (+54,2 milhões de euros referentes a imparidades de crédito), tendo em conta o contexto económico perspetivado.

Os recursos totais de clientes aumentaram em 1.712 milhões de euros, o que representa um crescimento de 10,0% face a 2019. Os depósitos de clientes aumentaram de 15,3 mil milhões de euros para 17,2 mil milhões de euros (+12,2% face a 2019), ultrapassando o aumento de 10,1% registado no conjunto do mercado bancário nacional e evidenciando a confiança depositada no Grupo Crédito Agrícola, com um aumento da quota de mercado para 8,0%.

O Grupo Crédito Agrícola manteve um nível de liquidez confortável, traduzido num rácio de transformação de 63,4% e num rácio de cobertura de liquidez (LCR ) de 434,5%. Já o rácio de alavancagem do Grupo fixou-se nos 7,6%, comparando com 7,4% em 2019.

Em 2020 observou-se um reforço da solvabilidade do Grupo Crédito Agrícola, com o aumento do rácio CET1 em 3,4 p.p. para os 18,0%, um dos mais elevados do sistema bancário nacional. O rácio Texas, determinado pelo quociente entre o stock de NPL e a soma dos capitais próprios tangíveis com o stock de imparidades, fixou-se nos 40,8%.

No ano de 2020, em termos líquidos, o Grupo Crédito Agrícola captou um total de mais de 62 mil novos clientes e registou um desempenho favorável na utilização dos seus canais digitais, alcançando +9% de clientes particulares activos (taxa de penetração online de 38,2%) e +9% de clientes empresa activos (taxa de penetração online de 69,9%).

A pandemia Covid-19 veio também impulsionar a utilização dos serviços digitais do Grupo Crédito Agrícola no que respeita à realização de transações (ex. operações financeiras, consultas). No CA Online registou-se um crescimento do volume de transações de 27% (+46% no canal dos clientes empresariais e +10% no dos particulares) e no canal mobile o volume de transacções aumentou 133% (+162% nos clientes empresariais e +130% nos particulares), face a igual período de 2019.

É ainda de assinalar o contributo para os resultados consolidados dos resultados do negócio segurador do Grupo em 2020 no valor total de 10,2 milhões de euros, com a companhia de seguros vida CA Vida a contribuir com 6,1 milhões de euros e a CA Seguros com 4,1 milhões de euros (seguros não vida).

O Crédito Agrícola, o único banco cooperativo em Portugal, é uma instituição financeira de capitais exclusivamente nacionais, presente em todo o território nacional e com a maior rede de Agências do país .

ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE

O ano de 2020 ficou marcado pela pandemia de SARS-CoV-2 (Covid-19) que causou uma recessão global, apenas ultrapassada pelas recessões que derivaram das duas Guerras Mundiais e da Grande Depressão. Segundo o Banco Mundial, o crescimento global em 2020 terá contraído 4,3%.

Na Europa, 2020 foi o ano mais sombrio desde a 2ª Guerra Mundial, mas com alguns desenvolvimentos positivos no 4º trimestre, nomeadamente a aprovação pelo Conselho da UE do Quadro Financeiro Plurianual da UE para 2021-2027, que prevê a mobilização de 1.074 mil milhões de euros, e a aprovação do Fundo de Recuperação no valor de 750 mil milhões de euros para auxiliar os países na recuperação. A taxa de desemprego na Zona Euro situou-se nos 8,0% em 2020 (+0,4 pontos percentuais que o verificado em 2019) e a taxa de inflação foi praticamente nula (0,0%).

À semelhança do resto do Mundo, a Covid-19 afectou profundamente a actividade económica portuguesa em 2020. As medidas aplicadas para conter a propagação do vírus e a falta de confiança dos agentes económicos determinaram uma queda sem precedentes do PIB em Portugal na primeira metade do ano (-17,3% face ao final de 2019). No 3º trimestre, após o gradual levantamento das medidas de confinamento, a realização de despesa adiada durante o período de confinamento e a recuperação da generalidade das atividades produtivas desencadearam uma recuperação rápida e acentuada da actividade, promovendo um crescimento do PIB de 13,3% face ao trimestre anterior. Esta trajectória de recuperação foi invertida no 4º trimestre com a implementação de novas medidas de confinamento, estando projectada uma queda do PIB de 8,1% no total de 2020.

No ano de 2020, a economia portuguesa voltou a apresentar necessidades líquidas de financiamento face ao exterior. A deterioração da balança corrente e de capital decorreu da evolução da balança de bens e serviços e, em particular, da redução do excedente dos serviços relacionados com o turismo. O consumo privado caiu 6,8% durante 2020.

A taxa de desemprego aumentou de 6,5% em 2019 para 7,4% em 2020, o que constitui um aumento inferior ao expectável, reflectindo o impacto das medidas de apoio às empresas, em particular, o regime de layoff simplificado.

A informação mais recente disponibilizada pelo Banco de Portugal através do BPStat (referente a 31/12/2020) dá conta de que o volume de depósitos bancários aumentou 10,1% em 2020 face a Dezembro de 2019 (+8 mil milhões de euros nos depósitos de empresas e +12 mil milhões de euros nos depósitos de particulares), apresentando os valores mais elevados dos últimos 5 anos.

Em 2020, o crédito concedido em Portugal registou o maior crescimento dos últimos 5 anos (+4,8% no crédito bruto total face ao final de 2019). O aumento da procura de crédito por parte das empresas reflectiu-se num crescimento de 10,4% que se deve, em grande parte, à utilização das linhas de crédito protocoladas com as instituições de crédito e com o apoio de sociedades de garantia mútua para suprir necessidades de fundo de maneio, assim como com a adesão às moratórias de crédito. Em 2020, verificou-se um abrandamento no crescimento do crédito bruto concedido a clientes particulares (+1,6% face a +3,0% em Dez.2019).

RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

Em 2020, o Crédito Agrícola assumiu o compromisso de promover o desenvolvimento sustentável das comunidades em que se insere, consubstanciado na Política de Sustentabilidade que reflecte as preocupações sociais, ambientais e de governação e apresenta um conjunto de compromissos em matéria de finanças sustentáveis que, em prol do bem-estar das populações, conferem acrescida importância à gestão dos ecossistemas, ao uso eficiente dos recursos, à urgência no combate às alterações climáticas e à desigualdade.

Neste sentido, o pilar da sustentabilidade foi também refletido no programa “Minuto de Economia”, tendo sido alterada a designação do programa para “Minuto de Economia + Sustentável”.

Entre as principais iniciativas de apoio social desenvolvidas em 2020, encontram-se a acção conjunta “SOS Coronavírus” com a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e a Ordem dos Médicos, que consistiu na criação de uma conta solidária para fornecimento de equipamento hospitalar, para a qual o Grupo CA contribuiu com 50 mil euros. A Campanha “O Meu Gesto, pelo Nosso Portugal”, numa colaboração entre a FENACAM, a CONFAGRI e a CARITAS, teve o objectivo de fornecer bens de 1ª necessidade aos que mais precisam. Adicionalmente, e pelo terceiro ano consecutivo, clientes e público em geral uniram-se ao Crédito Agrícola na causa “Prevenção do Cancro da Mama” com um contributo de 10 mil euros doado à Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Em 2020, o Crédito Agrícola voltou a distinguir as empresas clientes que mais contribuíram para a competitividade e crescimento da economia portuguesa com o estatuto de PME Líder (324 empresas) e PME Excelência 2019 (123 empresas). O número de empresas PME Líder 2020 elevou-se para as 552 empresas (+105 que em 2019). Na sua sétima edição (2020), focada no tema da sustentabilidade, o prémio de empreendorismo e inovação obteve um número recorde de candidaturas, no total de 238.

O Crédito Agrícola foi ainda o patrocinador principal do evento internacional de inovação sustentável PLANETIERS WORLD GATHERING, que contou com a realização de debates no Crédito Agrícola Communities Stage dedicados às finanças sustentáveis e investimento regenerativo, e com a realização de acções com startups no CA Innovation Studio (ex. atribuição de um prémio a projectos de inovação e sustentabilidade - Crédito Agrícola Boost).

Ainda inserido na estratégia de sustentabilidade, o Crédito Agrícola inaugurou em Novembro de 2020 a sua primeira Agência Sustentável em Leiria, cujo conceito assentou no impacto ecológico dos materiais utilizados e nas boas práticas empresariais em matéria de sustentabilidade.

Num ano marcado por fortes constrangimentos devido à pandemia causa pela COVId-19, o Grupo Crédito Agrícola manteve sempre a sua proximidade com os clientes, garantindo o acesso aos serviços bancários, com as devidas precauções de higiene e segurança. Em Janeiro de 2021 apenas 13 agências se encontravam fechadas num total de 635, não obstante o estado de emergência em vigor.

Para além da rede física, o Crédito Agrícola disponibiliza uma rede de 283 caixas automáticas próprias “B24” com serviços em funcionamento (+11 que em 2019) e de 1.588 caixas automáticas SIBS (+24 que em 2019), tendo reforçado a aposta no desenvolvimento e na melhoria dos seus canais digitais. Foram tomadas medidas para a flexibilização e digitalização de processos de modo a mitigar os impactos da pandemia na normal atividade comercial, tendo sido dinamizados novos serviços na App moey! e a oferta online CA Crédito Pronto.

RECONHECIMENTO EXTERNO

A reputação do Crédito Agrícola voltou a sair reforçada no ano de 2020, tendo-se posicionado no Top 5 na categoria “Banca” do ranking do estudo Global RepScore 2020 realizado pela OnStrategy. Este estudo avalia o posicionamento e os níveis emocional e racional de reputação das marcas a operar em Portugal.

O Crédito Agrícola foi também reconhecido, pela primeira vez, como líder no sector da Banca e Seguros pelo Índice de Satisfação do Cliente no European Consumer Satisfaction (ECSI) Portugal 2019. Também as seguradoras do Grupo foram distinguidas por este prémio, com a CA Seguros a ser reconhecida pelo segundo ano consecutivo e a CA Vida pelo terceiro ano consecutivo.

&Mais recentemente, a CA Seguros liderou, pelo terceiro ano consecutivo, o mais elevado nível de satisfação, de acordo com o ECSI 2020 – European Consumer Satisfaction Index 2020, com uma avaliação de 8,04 (numa escala de 0 a 10), na dimensão “Satisfação dos Clientes”.

A CA Seguros foi ainda distinguida como empresa líder no Índice da Excelência 2019, posicionando-se no Top 5 das Empresas de Média Dimensão.

No 3º trimestre de 2020, o Crédito Agrícola destacou-se no ranking das instituições menos reclamadas, realizado pelo Banco de Portugal, no primeiro semestre do ano, como um dos bancos nacionais que apresenta menos reclamações no crédito habitação e no crédito ao consumo. O Crédito Agrícola encontra-se posicionado abaixo da média, que se traduz em 60 reclamações por cada 100 mil contratos de crédito à habitação e hipotecário, liderando ainda o Top 3 das organizações menos reclamadas no crédito ao consumo.

A CA Seguros destacou-se também como uma das seguradoras nacionais com menos reclamações no Seguro Automóvel e no Seguro de Acidentes de Trabalho, segundo o Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado, relativo a 2019, elaborado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

Fonte: Crédito Agrícola

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