Boletim Mensal da Agricultura e Pescas: Mercado da produção animal no mês de abril

Em abril de 2021, observaram-se variações positivas nos índices de preços de produtos agrícolas no produtor nas aves de capoeira (+34,8%), frutos (+27,1%), azeite a granel (+25,5%), batata (+22,8%), plantas e flores (+14,8%), ovinos e caprinos (+12,8%), ovos (+7,7%), hortícolas frescos (+6,5%) e suínos (+2,5%). O índice de preços dos bovinos apresentou uma diminuição de 2,0%. Em relação ao mês anterior, verificaram-se acréscimos no índice de preços dos suínos e das aves de capoeira (ambos com +11,4%), azeite a granel (+7,8%), frutos (+1,6%), plantas e flores (+1,3%), ovos (+0,7%), batata (+0,4%) e bovinos (+0,2%) e uma diminuição no índice de preços nos hortícolas frescos (-7,6%). Nos ovinos e caprinos não se observou qualquer variação.

agropecuária

Gado abatido: maior volume de abate em todas as espécies

O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em março de 2021 foi 45 171 toneladas, o que correspondeu a um acréscimo de 9,1% (+2,1% em fevereiro), devido ao maior volume de abate registado em todas as espécies: bovinos (+8,2%), suínos (+5,8%), ovinos (+128,5%), caprinos (+350,0%) e equídeos (+500,0%). O acréscimo significativo que se verificou nas espécies ovina e caprina resultou do calendário da Páscoa, que em 2021 foi celebrada no início de abril, com o pico dos abates a ter tido lugar no mês de março. Em relação ao número de animais abatidos, registaram-se igualmente aumentos em todas as espécies: bovinos (+8,0%), suínos (+11,7%), ovinos (+138,6%), caprinos (+441,3%) e equídeos (+423,8%)

Aves e coelhos abatidos: maior volume de abate de galináceos, perus e codornizes

O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 31 055 toneladas em março de 2021, o que representou um acréscimo de 2,5% (-4,6% em fevereiro), devido ao maior volume de abate registado nos galináceos (+0,7%), perus (+17,0%) e codornizes (+48,2%). Em contrapartida, patos e coelhos registaram decréscimos de 10,2% e 3,2%, respetivamente. No que diz respeito ao número cabeças abatidas, observaram-se igualmente aumentos para os galináceos (+0,2%), perus (+36,1%) e codornizes (+34,1%), enquanto os patos registaram um decréscimo de 6,6% e os coelhos diminuíram 3,9%.

Decréscimo da produção de frango e de ovos de galinha para consumo

A quantidade de frango diminuiu 17,8%, com uma produção de 22 038 toneladas (+0,5% em fevereiro), tendo registado um decréscimo de 18,8% em número de cabeças (-2,3% em fevereiro). A produção de ovos de galinha para consumo apresentou também uma redução de 7,9% (-11,4% em fevereiro), não tendo ultrapassado as 9 739 toneladas.

Menor produção de leite para consumo

A recolha de leite de vaca em março de 2021 foi 169,5 mil toneladas, o que significou um decréscimo de 1,5% (-3,4% em fevereiro). O volume de produtos lácteos teve uma ligeira redução de 0,8% (-5,9% em fevereiro), devido sobretudo à menor produção de leite para consumo (-4,5%), tendo a manteiga e o leite em pó registado também volumes de produção inferiores (-0,4% e -6,2%, respetivamente). Em contrapartida, houve um aumento na produção de nata para consumo (+20,5%), leites acidificados (+13,5%) e queijo de vaca (+13,4%).

PESCAS: Aumento do volume de capturas de peixes marinhos, crustáceos e moluscos

Em março de 2021 o volume de capturas de pescado em Portugal aumentou 55,0% (-26,3% em fevereiro), justificado pela maior captura de peixes marinhos (sobretudo carapau, atuns e peixe-espada), mas também de moluscos e crustáceos. Às 7 348 toneladas de pescado correspondeu uma receita de 27 804 mil euros, valor que representou igualmente um acréscimo de 79,4% (-22,0% em fevereiro). Este aumento significativo das capturas em março de 2021, para níveis semelhantes aos de 2019, fica em parte a dever-se a alguma retoma da atividade da pesca relativamente ao mês homólogo de 2020, que coincidiu com o início do 1º estado de emergência da pandemia da COVID-19, com as consequentes paragens de atividade da frota pesqueira que ocorreram nesse período.

Na R. A. dos Açores foram capturadas 580 toneladas de pescado, ou seja, um aumento de 72,0% (-56,5% em fevereiro), que resultou sobretudo da maior captura de atuns, carapau, e peixe-espada. Na R. A. da Madeira as 318 toneladas capturadas constituíram igualmente um acréscimo de 21,5% (-24,1% em fevereiro), especialmente devido à maior captura de atuns e carapau.

O volume de peixes marinhos capturados a nível nacional foi 5 103 toneladas e teve um aumento de 46,1% (-33,3% em fevereiro). Para esta situação contribuiu o maior volume de carapau (+63,4%), com 1 887 toneladas e de tunídeos cuja captura mais do que duplicou em relação ao mês homólogo (+171,2%), atingindo as 388 toneladas. Aumentaram igualmente as capturas de peixe-espada (+12,5%), com 369 toneladas e biqueirão (+57,1%), com apenas 2 toneladas capturadas.

Pelo contrário, registaram-se menores capturas de cavala (-46,8%), com apenas 243 toneladas e de sardinha (-84,4%), com uma captura residual e exclusivamente na Região Autónoma dos Açores.

O volume de crustáceos (185 toneladas) teve um acréscimo de 84,2% (-20,8% em fevereiro), devido principalmente ao maior volume de gamba branca e caranguejos, mas também de lagostim e camarões. Os moluscos apresentaram um aumento semelhante (+81,4%), com 2 013 toneladas capturadas, sendo de destacar o maior volume de polvo, choco, berbigão e amêijoas.

O preço médio do pescado descarregado (*) foi 3,67 Euros/kg, ou seja, um aumento de 16,7% (+7,1% em fevereiro). O acréscimo desta variável é justificado em grande parte pelo peso que espécies mais valorizadas assumiram no total das capturas do mês em análise, em particular crustáceos e moluscos.

O preço médio dos peixes marinhos (3,05 Euros/kg) teve um acréscimo de 21,7%, que ficou a dever-se essencialmente a uma maior captura de peixes mais caros, bem como à subida do preço de espécies como a cavala, que quase triplicou o seu valor em relação ao mês homólogo, os atuns e o peixe-espada. O preço médio dos crustáceos (10,42 Euros/kg) aumentou 14,2%, situação para a qual contribuiu o preço superior registado nos camarões, lagostas e lagostim. O preço dos moluscos foi 4,84 Euros/kg, o que representou um decréscimo de 0,7%, devido sobretudo à descida registada em espécies como o choco, o mexilhão e as amêijoas.

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