Bebidas: crédito ao setor subiu no primeiro semestre de 2016

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O crédito concedido pelo sistema financeiro residente às empresas da indústria das bebidas caiu entre 2011 e 2015, mas aumentou no primeiro semestre de 2016, com o setor do vinho a colher a maior parcela dos empréstimos.

De acordo com o estudo da Central de Balanços do Banco de Portugal, o crédito concedido às empresas da indústria das bebidas aumentou 26 milhões de euros no primeiro semestre do ano passado, representando em junho de 2016 o segmento do vinho «a maior parcela dos empréstimos concedidos ao sector», na ordem dos 68%.

Já por classes de dimensão, a maior parcela dos empréstimos cabia às Pequenas e Médias Empresas (PME), com 58%, seguidas das grandes empresas, com 27%, e das microempresas, de 15 pontos percentuais (p.p.).

Quanto ao crédito vencido do sector, situava-se no final de junho de 2016 nos 7,7 pontos, sendo de 10,6 p.p. no segmento do vinho. O volume de negócios da indústria das bebidas aumentou dois por cento em 2015, evolução semelhante à observada no total das empresas.

Por segmentos de atividade económica, o aumento do volume de negócios do setor esteve associado à evolução registada no vinho, um contributo de três pontos percentuais. A cerveja e os refrigerantes e águas contribuíram negativamente para a variação do volume de negócios do setor.

Em 2015, a indústria das bebidas tinha cerca de mil empresas, representando 0,3 p.p. do total das empresas em Portugal, com o vinho de novo em destaque ao possuir 88% das empresas.

O vinho agregava ainda a maior parcela do volume de negócios, com 52% e do número de pessoas ao serviço, com 64 pontos, neste setor, enquanto a cerveja e os refrigerantes e águas representavam, respetivamente, 25 e 23 p.p. do volume de negócios e 14 e 21% do número de pessoas ao serviço.

Mas enquanto as microempresas predominavam no setor, 75%, eram as grandes empresas que dominavam no volume de negócios, 50%, enquanto as Pequenas e Médias Empresas (PME) agregavam a maior parcela do número de pessoas ao serviço, com 54%.

Em termos médios, em 2015, as empresas da indústria das bebidas geraram quatro vezes mais volume de negócios e tinham duas vezes mais pessoas ao serviço do que a empresa média em Portugal.

O setor exportador englobava 17 p.p. das empresas da indústria das bebidas, uma proporção superior à observada para o total das empresas, com 6% e era responsável por 64% do volume de negócios do setor e 53 pontos do número de pessoas ao serviço.

No mesmo período, 19 p.p. das empresas do setor apresentavam capitais próprios negativos, constituindo os empréstimos bancários e financiamentos de empresas do grupo as componentes mais relevantes da dívida remunerada.

No que diz respeito ao passivo da indústria das bebidas, 18 pontos correspondia à dívida comercial, um valor próximo do observado para o total das empresas, de 16%.

Os dados mostram ainda que as empresas da indústria das bebidas esperavam, em média, 319 dias para converter os pagamentos decorrentes da compra de mercadorias e matérias nos recebimentos associados à sua venda, um período 2,7 vezes superior ao observado para o total das empresas e 3,4 vezes superior ao observado para as indústrias transformadoras, em que os ciclos de conversão em liquidez são de 120 e 94 dias, respectivamente.

Aquele resultado decorria do segmento do vinho, que apresentava em 2015 um ciclo de conversão em liquidez de 509 dias.

Fonte: Lusa 

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