Apresentado Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, estiveram presentes na apresentação do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve.

Ministra da Agricultura

O plano pretende avaliar as disponibilidades e os consumos hídricos atuais, no barlavento e no sotavento algarvio com estabelecimento de cenários prospetivos que tenham em conta os efeitos das alterações climáticas, bem como estabelecer metas e horizontes temporais de eficiência hídrica para os principais usos, nomeadamente os associados aos setores agrícola, turístico e urbano.

O documento propõe, ainda, identificar medidas de curto e médio prazo que promovam a reutilização da água tratada e a eficiência hídrica, assim como os fatores críticos para o seu sucesso e identificar soluções estruturais e novas origens de água que complementem o previsível decréscimo do recurso por via das alterações climáticas.

O ministro Matos Fernandes salientou que «não vale a pena multiplicar barragens quando não há água» e referiu que a reutilização de águas residuais é a solução mais imediata para garantir uma maior disponibilidade hídrica no Algarve.

O plano elenca 57 medidas, cuja implementação corresponde a um investimento de 228 milhões de euros, a maioria das quais destinadas ao setor da agricultura, no valor de 79 milhões de euros, embora a componente urbana seja aquela que requer maior investimento (122 milhões de euros).

Durante a apresentação do Plano Regional de Eficiência Hídrica foram apontadas potenciais soluções para reforçar a oferta de água na região, nomeadamente, a captação de água no rio Guadiana, a montante do Pomarão, a dessalinização de água do mar e a construção de uma barragem na ribeira da Foupana, no sotavento algarvio.

A ministra da Agricultura referiu que «esta iniciativa simboliza um compromisso da Agricultura para, de mãos dadas com as diversas entidades e áreas governativas, designadamente do Ambiente e da Ação Climática, abraçar esta missão que é garantirmos um futuro melhor graças a um presente mais sustentável».

Apesar do consumo de água do setor agrícola no Algarve ter sido reduzido em cerca de 56% desde 2002, quer por via da redução do regadio individual quer pelo aumento da eficiência hídrica, uma das conclusões deste Plano é que é necessário reduzir as perdas de água.

Neste contexto, e visando aumentar a eficiência dos sistemas, é necessário melhorar os sistemas de mediação dos volumes distribuídos, promover as melhores práticas de rega nas explorações agrícolas, o aumento da eficiência da rega nas parcelas (conversão para gota-a-gota), a reabilitação e modernização dos regadios existentes, a utilização de águas residuais tratadas e, inclusivamente, estudar a possibilidade de armazenar as escorrências das águas pluviais das estufas.

No Algarve, a titular da pasta da Agricultura, anunciou a abertura de dois Avisos até ao final deste ano, no âmbito da ação 3.4 e Rede Rural do PDR2020, no montante de 840.000€, com as seguintes medidas: Obra de recuperação e equipamento do furo de  captação da Luz de Tavira; Reparação da estrutura metálica da descarga de fundo da Barragem da Bravura; Monitorização dos volumes de água transportados pelo adutor Odeleite/Beliche; Reativação do Portal do Regante.

Maria do Céu Antunes referiu ainda que «a mitigação e adaptação às alterações climáticas, bem como o uso eficiente dos recursos naturais são pilares do próximo ciclo de investimentos que estão em consonância com o que foi aqui hoje apresentado». Sublinhou ainda que «a agricultura quer fazer parte da diversificação económica da região, não só para fazer frente aos problemas provocados por esta pandemia, mas também para precaver situações futuras que possam vir a acontecer».

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