Alqueva: vinho de água lança-se na comercialização

A empresa vitivinícola alentejana Ervideira vai lançar no mercado, a partir de 16 de abril de 2016, o seu Vinho da Água, que esteve submerso nas águas do Alqueva, tendo já recebido encomendas de diversos mercados externos.

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«Já tenho encomendas prontas a saírem, até segunda-feira, para a Bélgica, Luxemburgo, Alemanha e Suíça. E, depois, tenho mais algumas encomendas, em espera, da Finlândia, Hong-Kong e Brasil», revelou o diretor executivo da Ervideira, Duarte Leal da Costa.

Segundo o produtor vitivinícola do concelho de Évora, o Conde d'Ervideira Tinto Vinho da Água vai ser lançado no mercado, em Portugal e nos países para onde a Ervideira exporta, a partir de sábado, dia em que vai ser apresentado na Marina da Amieira, no concelho de Portel e junto da albufeira do Alqueva.

«Os nossos clientes estão curiosos, querem testar este vinho», afirmou Duarte Leal da Costa, realçando que, neste primeiro ano, vão ser lançadas no mercado «cerca de 32 mil garrafas» do Vinho da Água.

Este vinho tinto, produzido com um dos rótulos topo de gama da empresa, o Conde d'Ervideira, estagiou oito meses em barricas e, depois, foi submetido a novo estágio dentro de água, na albufeira do Alqueva, num processo iniciado a 20 de outubro do ano passado.

A iniciativa deste produtor alentejano consistiu na recuperação do chamado processo do vinho da água, que tem «grande história», recriando-o nos tempos atuais, explicou a empresa.

Inspirada na qualidade dos vinhos «resgatados» de barcos naufragados, após estarem «perdidos» nas profundezas dos oceanos, a empresa submergiu mais de 30 mil garrafas no Alqueva para criar o Vinho da Água.

«O projeto é recuperar uma história antiga, em que barcos que se afundavam com vinhos revelaram, depois, ter vinhos extraordinários», relatou aos jornalistas o diretor executivo da empresa, em outubro, aquando da submersão de várias destas caixas recheadas de garrafas de vinho.

Seladas, lacradas e acondicionadas dentro de caixas de grande dimensão, as garrafas estagiaram vários meses neste «armazém debaixo de água», como lhe chama Duarte Leal da Costa, mesmo junto à Marina da Amieira.

As características que este processo fornece ao vinho não se conseguem obter no envelhecimento em cave, segundo a Ervideira, que realizou vários testes para verificar a evolução dos «néctares» submersos.

Agora, que já retirou do Alqueva cerca de 12 mil garrafas deste Vinho da Água, para as preparar e rotular para o lançamento no mercado, o diretor executivo mostrou-se plenamente satisfeito com os resultados do processo.

«Este processo está aprovado. O vinho que foi para dentro de água ganhou corpo, juventude e estrutura. Está muito mais aromático, com uma cor mais violácea e não tem oxidação nenhuma», congratulou-se o responsável.

No sábado, na apresentação oficial, além da retirada simbólica de caixas de dentro de água, a Ervideira vai lançar para as «profundezas» do Alqueva novas caixas de vinho.

«O objetivo, por ano, é termos 32 mil garrafas em rotação, de entrada e saída, estando permanentemente um 'armazém' lá em baixo de 15 mil garrafas, pelo menos», disse, revelando que a empresa também já está a testar o processo nos vinhos brancos: «vamos já lançar três ou quatro mil garrafas lá para baixo».

Fonte: Lusa 

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