Agri Innovation Summit: é preciso colocar o agricultor no centro da Inovação

A Syngenta patrocinou o Agri Innovation Summit, que decorreu em Oeiras, a 11 e 12 de outubro.

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O Comissário Europeu da Agricultura, Phil Hogan, esteve lá e convergiu com os 600 participantes na principal conclusão do evento: é preciso transferir o conhecimento para o campo e colocar o agricultor no centro da Inovação.

O Agri Innovation Summit reuniu promotores de projetos de inovação tecnológica aplicada à agricultura, oriundos de toda a Europa, com o intuito de debater as oportunidades e os desafios da inovação e da digitização na agricultura e nas economias rurais.

O evento decorreu segundo um modelo inovador de pequenos grupos de trabalho, que no final das sessões apresentaram conclusões à organização, que devem servir de input aos legisladores e às empresas que fornecem tecnologia.

Algumas das principais recomendações são: uso de novas tecnologias para gerar informação aberta e incentivar a sua partilha; integrar a informação e o conhecimento para desenvolver sistemas de apoio à decisão que acrescentem valor na exploração agrícola, ao consumidor e à sociedade; acessibilidade e transparência da informação em toda a cadeia de valor, do agricultor ao consumidor; acesso generalizado à banda larga para impulsionar a inovação focada no agricultor.

Entre os projetos apresentados destacaram-se algumas linhas de trabalho como a Economia Circular aplicada na agricultura, visando aproveitar os resíduos como recursos.

Por exemplo, o GreenTaste, projeto que envolve, entre outras entidades, a indústria portuguesa Italagro, pretende valorizar o tomate indústria verde que fica do campo como base para molhos e temperos de elevado valor nutricional, usando a fermentação por bactérias como processo inovador.

Outro exemplo é a start-up portuguesa EntoGreen, que desenvolve tecnologias de base biológica para reutilizar restos de produtos vegetais. Recorre a larvas para inocular os resíduos, convertendo os nutrientes presentes nos desperdícios em fertilizante orgânico para o solo.

Simultaneamente, as larvas, ricas em proteína e gordura, são processadas em farinha de inseto para soluções de nutrição animal. Agricultores que já aplicam a agricultura de precisão estiveram no Agri Innovation Summit para partilhar as suas experiências.

João Coimbra, da Quinta da Cholda, apresentou os resultados do projeto SmartCrop, através do qual aplica a dose certa de fertilizantes e água na cultura do milho, no local exato e em tempo ótimo, usando tecnologia de aplicação a taxa variável.

O seu objetivo é aumentar a rentabilidade da exploração e reduzir as emissões de carbono.

Por seu turno, a Sociedade Agricola Mazzoni, empresa italiana produtora de maçãs, pretende ajustar a quantidade de produtos fitofarmacêuticos que aplica nos pomares à variabilidade do potencial produtivo das árvores, criando para tal mapas geoferenciados de prescrição da calda.

O seu objetivo é reduzir o impacto ambiental e aumentar a produtividade. Phil Hogan, Comissário Europeu da Agricultura, reconheceu que «a conetividade e as soluções digitais são áreas nas quais a PAC pode e deve melhorar em prol da economia rural (…) as novas tecnologias contribuirão para encontrar o equilíbrio entre a performance económica e a responsabilidade que pedimos aos agricultores na preservação do ambiente e na mitigação das alterações climáticas».

Phil Hogan defendeu uma abordagem “multi-ator”: «se trabalharmos juntos – agricultores, investigadores, empresas e legisladores – conseguiremos obter um verdadeiro progresso na implementação da digitização no mundo rural» e afirmou que o Banco Europeu de Investimento deve ser convocado a cofinanciar este esforço.

A Syngenta patrocinou o Agri Innovation Summit por considerar que os «objetivos desta cimeira estão alinhados com a sua política global e o compromisso que assumiu para com a agricultura sustentável, nomeadamente através do The Good Growth Plan».

«Este Plano, aplicado à escala mundial, visa dar resposta aos desafios centrais da nossa Sociedade: alimentar a crescente população mundial, combater a pobreza das comunidades rurais nos países em desenvolvimento dotando os agricultores de meios de produção mais eficazes e, simultaneamente, lutar contra a erosão dos solos e promover a biodiversidade», acrescenta.

Após três anos de implementação do The Good Growth Plan, a Syngenta desenvolveu uma rede de mais de 3700 quintas modelo através de parcerias locais, envolvendo 23 culturas agrícolas em 42 países.

Toda a informação reunida pela Syngenta nestas quintas modelo está a ser partilhada de forma aberta, através da iniciativa GODAN-Global Open Data for Agriculture and Nutrition, para que outros agricultores possam melhorar o seu desempenho. 

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