Novas variedades de amendoeira tornam cultura «interessante» para o Ribatejo

O aparecimento de novas variedades de amendoeiras pode tornar interessante o regresso desta cultura ao Ribatejo, tendo em conta o aumento da procura da amêndoa no mercado internacional, disse à Lusa o investigador Nuno Geraldes Barba.

amendoeira

O docente de fruticultura na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Santarém (ESAS/IPS) esteve esta esta quinta-feira na Casa dos Patudos, em Alpiarça, num encontro de agricultores promovido pela Câmara Municipal de Alpiarça e pela Almond PT, um blogue criado para divulgar a cultura da amêndoa em Portugal.

Nuno Barba está a acompanhar, juntamente com alunos da ESAS em estágio, duas culturas com novas variedades de amendoeiras, uma em Coruche e outra em Alpiarça, para «avaliar o comportamento» destas árvores na região, existindo outros produtores interessados.

Licenciado em Engenharia Agrícola pelo Instituto Superior de Agronomia e ele próprio produtor de frutícolas, Nuno Barba disse à Lusa que as novas variedades de amendoeiras, com uma floração mais tardia, portanto com menos risco de sofrerem os efeitos do frio, auto férteis, sem necessitarem de outras árvores para polinizar, e de colheita mecânica apresentam-se como sendo mais viáveis, havendo já «muita produção» em várias regiões do Alentejo.

O especialista afirmou que há registo desde o século XVIII da existência de amendoeiras espalhadas por grande parte do Ribatejo, entre 1999 e 2004 ocupavam uma área de 160 hectares, cultura que entrou em declínio nos últimos anos, de 48 hectares em 2009.

«É uma cultura que se dá muito bem nesta região e por isso, tendo em conta os excelentes solos do Ribatejo, a potencialidade de se tornar uma cultura com uma elevada rentabilidade é muito grande», declarou.

Nuno Barba afirmou que a área de fruticultura no Ribatejo, região que no passado teve grandes pomares de pêras, maçãs e pessegueiros, nomeadamente, diminuiu «imenso», o que atribui à dificuldade de competir com os preços praticados pelos espanhóis, a campanhas que foram afectadas ou pela geada ou pela doença e, «cereja em cima do bolo», aos subsídios para arranque de pessegueiros.

Numa região em que a produção é dominada pelo milho, pelo tomate e pelos hortícolas, a introdução do amendoal pode ser atrativa tendo em conta a queda dos preços do tomate e sobretudo do milho nos mercados internacionais, disse.

Fonte: Lusa 

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